A
morte sem sombra de dúvidas é a única certeza de nossas vidas. Todo mundo
cresce ouvindo este ditado popular. Entretanto, mesmo sabendo desta árdua
verdade poucas pessoas apresentam uma maturação emocional para vivenciá-la de
forma harmoniosa. Por estes e outros motivos o processo de luto sempre esteve presente tanto no campo da Psiquiatria
como no da Psicologia.
Diante
desta realidade em 1969 a Psiquiatra Elizabeth Kübler-Ross propõe uma descrição
do processo de luto e perda
categorizando-os em cinco estágios
pelo qual as pessoas passam a lidar com
a morte e o morrer. O Modelo de Kübler-Ross propõe uma descrição de cinco
estágios discretos pelo qual as pessoas passam a lidar com a perda, o luto e a tragédia. Segundo
esse modelo, pacientes com doenças terminais passam por esses estágios.
O
modelo foi apresentado por Kübler-Ross em seu livro "Sobre a morte e o morrer", publicado originalmente em 1969
(KÜBLER-ROSS, 1998).
Os
estágios são conhecidos hoje como "Os
Cinco Estágios do Luto" (ou da Dor da Morte, ou da Perspectiva da
Morte). São eles: negação, raiva,
barganha (negociação com Deus), depressão e aceitação. Nem todos os
pacientes passam seqüencialmente por todas estas fases.
1º)
negação: o doente nega a doença,
"amortecendo" o impacto do diagnóstico;
2º)
revolta: quando não é mais possível
negar, a negação é substituída por sentimentos de revolta e ressentimento;
3º)
barganha: já que a revolta não
resolve o problema, tenta-se obter a cura através de barganhas e promessas a
Deus;
4º)
depressão: (interiorização), surgem
lamentações, queixas, desinteresse e a necessidade de ficar só;
5º)
aceitação: não há mais depressão ou
raiva, mas uma contemplação do fim próximo com um certo grau de tranqüila
expectativa, e a compreensão de que a vida chegou ao fim.
Exemplo dos estágios:
(discurso do paciente)
Cólera
(Raiva): "Por que eu? Não é justo."
Negociação:
"Me deixe viver apenas até meus filhos crescerem."
Depressão:
"Estou tão triste. Por que me preocupar com qualquer coisa?"
Aceitação:
"Tudo vai acabar bem."
Kübler-Ross
originalmente aplicou estes estágios para
qualquer forma de perda pessoal catastrófica, desde a morte de um ente querido e até o divórcio. Também alega que estes estágios nem sempre ocorrem
nesta ordem, nem são todos experimentados por todos os pacientes, mas afirmou
que uma pessoa sempre apresentará pelo menos dois.
Do Ponto de vista da
Psicologia / Psicanálise, pode-se entender os cinco estágios da seguinte forma:
-
A negação/isolamento são mecanismos
de defesas temporários do ego contra a dor psíquica diante da morte;
-
O ego, não conseguindo manter a negação,
dá espaço para o sentimento de raiva
acompanhado de inveja e ressentimento.
-
A pessoa, vendo que negação e raiva não resolveu, passa a barganha. Principalmente conversando com Deus.
- Negar não adiantou. Nem se revoltar.
Nem tentar negociar. Então a pessoa
entra em depressão. É quando se percebe a realidade.
-
E por fim, quando vê que não tem jeito mesmo, a pessoa aceita.
KÜBLER-ROSS, E. Sobre a
morte e o morrer. 8.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
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“Não dependa de ninguém na sua vida, só de Deus, pois até mesmo sua sombra o abandonará quando você estiver na escuridão.”