“Efeito
placebo também funciona para coração partido, mostra estudo”.
Você está com o coração
partido porque acabou de sair de um relacionamento?
Faça
algo que você acredita ser útil para aliviar sua dor emocional. Qualquer coisa.
De acordo com uma pesquisa recém-publicada, o efeito placebo pode influenciar regiões cerebrais associadas à
regulação emocional e, como consequência, diminuir a percepção do
sofrimento.
Como
há evidências de resultados positivos do placebo para diversas doenças físicas,
a equipe decidiu avaliar se a crença em algo que pudesse ajudar a superar um
rompimento teria efeito também. Para isso, os pesquisadores selecionaram 40 voluntários que tinham sido rejeitados
pelos parceiros até seis meses antes da abordagem.
Os
participantes foram convidados a ir ao laboratório levando a foto do ex, ou da ex, e também a de um amigo do mesmo sexo. Enquanto
passavam por um exame de ressonância magnética funcional, eles tinham que olhar a foto e
contar como tinha sido a separação. Em seguida, tinham que olhar a foto do amigo. Por último,
ainda foram submetidos a um estímulo
doloroso, um toque quente no antebraço. Em todos os casos, eles tinham que
dizer como se sentiam, numa escala
de 1 (muito mal) a 5 (muito bem).
A
primeira constatação do estudo é que as regiões do cérebro ativadas pela dor física
e pela emocional foram as mesmas. Ou seja: levar um fora causa uma dor real.
Em
seguida, todos foram convidados a usar um spray
nasal. Para metade do grupo, os pesquisadores disseram que era apenas uma
solução salina. Já a outra metade ouviu que aquilo era um analgésico poderoso para combater dores emocionais.
De
volta à ressonância, os participantes voltaram
a ver as fotos dos ex e, de novo, foram submetidos ao estímulo doloroso no
braço. O grupo que recebeu o suposto analgésico não apenas sentiu menos
dor física, como se sentiu melhor emocionalmente, e a resposta do cérebro se modificou. As
áreas envolvidas na modulação de emoções e de substâncias ligadas ao bem-estar
tiveram atividade aumentada, enquanto a área associada à dor ficou mais fraca.
O
estudo foi financiado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental norte-americano,
com apoio adicional da Fundação Nacional de Ciência, na Suíça, e os resultados
foram publicados no Journal of Neuroscience.