A vida é um eterno exercício de rompimentos e mesmo assim não nos acostumamos com eles.
Voluntários
ou involuntários eles nos sufocam e nos oprimem.
São
pungentes e na maioria das vezes doem muito.
Quando
paladinos de nossa vontade, deixam a alma leve, mas reservam, guardado no fundo
de nosso íntimo, um fio de incerteza incômoda.
Rompemos
o tempo todo com alguma coisa.
Escolher
algo é romper com outro algo, porque temos que deixar para trás alguma coisa.
Rompimentos
geram inquietações, geram dúvidas, geram confusões.
Dilaceram,
despedaçam e violam os nossos sentimentos estabelecendo-se em nossas almas, com
ou sem o nosso consentimento.
Rompimento
pode ser o fim de uma história, um fim de linha ou ainda, uma elipse de um
momento para se parar e pensar.
De
qualquer forma, romper é quebrar uma sequência. É tocar uma nota desafinada de
uma melodia.
Ou
quem sabe, seja a pausa para o descanso.
Rompimentos
são necessários e obrigatórios e sem eles a vida teria um único rumo, uma única
direção e seria muito chata e sem emoção.
Então,
vamos caminhando, chorando e sorrindo com os rompimentos contínuos, alimentando
a esperança de que esses rompimentos sejam como o romper da aurora, o
surgimento de um novo dia, um novo tempo, uma nova oportunidade.
Por Rosa
Berg
“A hora do encontro é também despedida a plataforma desta estação, é a vida..."
(Milton Nascimento e Fernando Brant)