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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Cuidar do luto e das perdas! Uma homenagem a alguém muito especial...


“Aprenda a entrar em contato com o silêncio dentro de si e saiba que tudo nesta vida tem um propósito.” (Elisabeth Kubler-Ross, Psiquiatra)


"As pessoas são como vitrais coloridos: cintilam e brilham quando o sol está do lado de fora, mas quando a escuridão chega, sua verdadeira beleza é revelada apenas se existir luz no interior...." (Elisabeth Kubler-Ross, Psiquiatra)


Pertencem, inexoravelmente, à condição humana, as perdas e o luto. Todos somos submetidos à férrea lei da entropia: tudo vai lentamente se desgastando; o corpo enfraquece, os anos deixam marcas, as doenças vão nos tirando irrefreavelmente nosso capital vital. Essa é a lei da vida que inclui a morte.


Mas há também rupturas que quebram esse fluir natural. São as perdas que significam eventos traumáticos como a traição do amigo, a perda do emprego, a perda da pessoa amada pelo divórcio ou pela morte repentina. Surge a tragédia, também parte da vida.


Representa grande desafio pessoal trabalhar as perdas e alimentar a resiliência, vale dizer, o aprendizado com os choques existenciais e com as crises. Especialmente dolorosa é a vivência do luto, pois mostra todo o peso do Negativo. O luto possui uma exigência intrínseca: ele cobra ser sofrido, atravessado e, por fim, superado positivamente.

Há muitos estudos especializados sobre o luto. Segundo o famoso casal alemão Kübler-Ross há vários passos de sua vivência e superação.

O primeiro é a recusa: face ao fato paralisante, a pessoa, naturalmente, exclama: “não pode ser”; “é mentira”. Irrompe o choro desconsolado que palavra nenhuma pode sustar.

O segundo passo é a raiva que se expressa: “por que exatamente comigo? Não é justo o que ocorreu”. É o momento em que a pessoa percebe os limites incontroláveis da vida e reluta em reconhecê-los. Não raro, ela se culpa pela perda, por não ter feito o que devia ou deixado de fazer.

O terceiro passo se caracteriza pela depressão e pelo vazio existencial. Fechamo-nos em nosso próprio casulo e nos apiedamos de nós mesmos. Resistimos a nos refazer. Aqui todo abraço caloroso e toda palavra de consolação, mesmo soando convencional, ganha um sentido insuspeitado. É o anseio da alma de ouvir que há sentido e que as estrelas-guias apenas se obscureceram e não desapareceram.

O quarto é o autofortalecimento mediante uma espécie de negociação com a dor da perda: “não posso sucumbir nem afundar totalmente; preciso aguentar esta dilaceração, garantir meu trabalho e cuidar de minha família”. Um ponto de luz se anuncia no meio da noite escura.

O quinto se apresenta como uma aceitação resignada e serena do fato incontornável. Acabamos por incorporar na trajetória de nossa existência essa ferida que deixa cicatrizes. Ninguém sai do luto como entrou. A pessoa amadurece forçosamente e se dá conta de que toda perda não precisa ser total; ela traz sempre algum ganho existencial.

O luto significa uma travessia dolorosa. Por isso precisa ser cuidado. Permito-me um exemplo autobiográfico que aclara melhor a necessidade de cuidar do luto. Em 1981 perdi uma irmã com a qual tinha especial afinidade. Era a última das irmãs de 11 irmãos. Como professora, por volta das 10 horas, diante dos alunos, deu um imenso brado e caiu morta. Misteriosamente, aos 33 anos, rompera-se a aorta.

Todos da família vindos de várias partes do país ficamos desorientados pelo choque fatal. Choramos copiosas lágrimas. Passamos dois dias vendo fotos e recordando, pesarosos, fatos engraçados da vida da irmãzinha querida. Eles puderam cuidar do luto e da perda. Eu tive que partir logo após para o Chile, onde tinha palestras para frades de todo o Cone Sul. Fui com o coração partido. Cada palestra era um exercício de auto-superação. Do Chile emendei para a Itália onde tinha palestras de renovação da vida religiosa para toda uma congregação.

A perda da irmã querida me atormentava como um absurdo insuportável. Comecei a desmaiar duas a três vezes ao dia sem uma razão física manifesta. Tive que ser levado ao médico. Contei-lhe o drama que estava passando. Ele logo intuiu e disse: “você não enterrou ainda sua irmã nem guardou o luto necessário; enquanto não a sepultar e cuidar de seu luto, você não melhorará; algo de você morreu com ela e precisa ser ressuscitado”. 

Cancelei todos os demais programas. No silêncio e na oração cuidei do luto. Na volta, num restaurante, enquanto lembrávamos a irmã querida meu irmão Clodovis e eu escrevemos num guardanapo de papel o que colocamos no santinho de sua memória: “Foram trinta e três anos, como os anos da idade de Jesus/Anos de muito trabalho e sofrimento/Mas também de muito fruto/Ela carregava a dor dos outros/Em seu próprio coração, como resgate/Era límpida como a fonte da montanha/Amável e terna como a flor do campo/Teceu, ponto por ponto, e no silêncio/Um brocado precioso/Deixou dois pequenos, robustos e belos/E um marido, cheio de orgulho dela/Feliz você, Cláudia, pois o Senhor voltando/Te encontrou de pé, no trabalho/Lâmpada acesa/Foi então que caíste em seu regaço/Para o abraço infinito da Paz”.

Entre seus papéis encontramos a frase: “Há sempre um sentido de Deus em todos os eventos humanos: importa descobri-lo”. Até hoje estamos procurando esse sentido que somente na fé o suspeitamos.

"Hoje nos encontramos numa fase nova na humanidade. Todos estamos regressando à Casa Comum, à Terra: os povos, as sociedades, as culturas e as religiões. Todos trocamos experiências e valores. Todos nos enriquecemos e nos completamos mutuamente. (...)
(...) Vamos rir, chorar e aprender. 

Aprender especialmente como casar Céu e Terra, vale dizer, como combinar o cotidiano com o surpreendente, a imanência opaca dos dias com a transcendência radiosa do espírito, a vida na plena liberdade com a morte simbolizada como um unir-se com os ancestrais, a felicidade discreta nesse mundo com a grande promessa na eternidade. E, ao final, teremos descoberto mil razões para viver mais e melhor, todos juntos, como uma grande família, na mesma Aldeia Comum, generosa e bela, o planeta Terra."

Leonardo Boff - Casamento entre o céu e a terra. Salamandra, Rio de Janeiro, 2001.pg09

sábado, 12 de outubro de 2013

Você Acredita em Milagres? Eu Sou Um Milagre e Estou Aqui!

“Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre”. (Albert Einstein) 
   


Gostaria de compartilhar com meus leitores o Milagre que aconteceu comigo, o depoimento que faço, conta parte da minha história e como coisas inexplicáveis aos olhos e entendimento dos homens, são vistas como verdadeiros milagres, operados pela Força Maior e Seus Assistentes. Se tais milagres são aceitos ou não pela ciência e  pelo homem, não cabe a mim contra-argumentar e nem é esse o propósito desse depoimento. Aqui faço um relato daquilo que EU acredito e não quero criar polemica e nem tampouco fazer apologia a "imagens, religião, crenças ou idolatrias", mas apenas dividir o que para mim, considero um milagre e cresci acreditando que a FÉ é nossa maior ferramenta nos momentos de dor, angústia, desespero e falta de sentido de vida. Eu jamais questionei ou duvidei dos meus pais em relação a história que me contaram inúmeras vezes ao longo da minha vida, mas deliberadamente, escolhi aceitá-la como verdade e foi a partir dessa Fé, que me tornei a pessoa que hoje sou... Minha Fé, minha gratidão pela Vida e o Amor eterno que tenho pelos meus pais já falecidos, por Cristo Jesus, Nossa Senhora e a Força Maior, foi o maior legado que eles, meus queridos pais, me deixaram e hoje, dia de Nossa Senhora Aparecida, quero fazer essa homenagem... Não só a Ela, mais também aos meus Pais, a Deus e a Vida. EU ABENÇOO E AGRADEÇO A MINHA VIDA!

Segue meu Depoimento 
(algumas das imagens apresentadas neste post foram retiradas da internet, pois não foram registradas pelos meus pais as fotos da época... são apenas para ilustrar o relato).

Contaram-me, meus pais (que já partiram há pouco mais de 2 anos) que quando bebê, recém-nascida, eu fui acometida por desidratação de Terceiro Grau (Grave) e tive que ser internada as pressas para que pudesse ser tratada e reidratada o mais rápido possível, pois meu estado de saúde era muito delicado e eu corria risco de morte. O tratamento com bebês desidratados, segundo a literatura, segue o seguinte protocolo:

Apresenta-se em recém nascidos ou lactentes jovens (2-3 meses), com sede intensa e poucos sinais clássicos de desidratação. Se após essa etapa, a criança continuar desidratada, administrar mais 25 a 50 ml/kg de peso em duas horas. Deve-se assegurar um acesso venoso adequado (agulhas calibrosas, dois acessos venosos simultâneos), que garantam a infusão do volume total prescrito, no máximo, em quatro horas. A fase de expansão (rápida) termina quando há melhora clínica da criança, com desaparecimento dos sinais de desidratação. Nesta fase, é muito importante a reavaliação da criança, pelo menos a cada hora, pelo profissional de saúde”.

Bem, comigo, segundo meus pais, os procedimentos não obtiveram o efeito esperado e minha piora foi acontecendo hora após hora e muito rapidamente... os enfermeiros já não encontravam veias de acesso em meus braços, mãos e outras partes do corpo, pois eu estava muito magra e era muito pequenina... Meu quadro clínico estava cada vez mais grave e o risco de morte era iminente. Foram feitas varias tentativas e por fim, fizeram uma manobra de última hora, colocando agulhas de acesso em minha cabeça (na moleira), mas para nosso tristeza e segundo o que contavam meus pais, o profissional que fez o procedimento, não acessou a veia e o soro foi sendo acumulado entre o couro cabeludo e a pele da moleira, formando uma bolha d’água e rompendo-se conforme a pressão do liquido que ali se acumulara, formando uma grande ferida... Como houve também a negligência por parte dos profissionais que não notaram o erro e não o reparou em tempo hábil, meu quadro clinico se agravou ainda mais e, entrei em estado de coma.

 (...aquela parte da minha cabeça, o meu couro cabeludo, após ser cicatrizado, jamais cresceu cabelo, pois os poros foram tampados, formando uma película lisa e sem vida... Essa “sequela” me causou muitos danos emocionais e psicológicos, pois eu tinha muita vergonha de não poder pentear os cabelos como as outras meninas, sofri muito “Bullying” na escola, pois era chamada de careca e me sentia triste e diferente das outras mocinhas... evitava brincar em piscinas, molhar os cabelos quando ia à praia e não deixava que ninguém tocasse minha cabeça, eu tinha muito complexo de inferioridade e quando completei a maior idade, fiz uma plástica, que reparou parte da cicatriz e hoje isso não é mais um problema para mim, tiro de letra e estou bem resolvida a esse respeito e até faço algumas piadas quando me perguntam... digo que é da idade... rs).

Meus pais relatavam que minha aparência era a pior coisa que eles poderiam ver de um bebê tão pequeno e frágil, eu era pele e osso e não tinha qualquer reação. O desespero tomou conta de ambos e com eles a impotência de não poder fazer nada para me salvar. Meu estado era tão grave que os médicos chamaram meu pai e o pediram para preparar minha mãe, pois disseram a ele que meu caso não tinha mais jeito e que eu não passaria daquela noite... Disseram ao meu pai que só um milagre me salvaria da morte, que meu prognostico era o pior possível, eu tinha menos de 1% de chance de sobreviver.


Meu pai não sabia como dar a notícia à minha mãe, pois ela era muito doente, tinha epilepsia desde os 9 anos de idade e convulsionava quase todos os dias, muitas vezes, mais de uma vez por dia (as três gravidez foram de alto risco), mas ele não podia esconde-la o fato e teve que contá-la, para que ela pudesse se preparar para o pior...


Quando ele a deu a notícia e o prognóstico médico, minha mãe chorou muito, conta meu pai, e ao mesmo momento, ela ajoelhou-se e rezou... Ela era muito devota de Nossa Senhora Aparecida e naquele momento, contou ela(minha mãe), que ela evocou o Espírito de Nossa Senhora e pediu a Ela que intercedesse por mim junto a Jesus e que me curasse e salvasse a minha vida... Ela conta que me colocou no colo da Mãe Aparecida e pediu a Ela que me envolvesse em Seu Manto Sagrado e operasse em mim um milagre... Foi nesse momento que ela fez uma promessa que se eu fosse curada, ela me levaria na Catedral de Aparecida (A igreja velha), me batizaria e deixaria minha roupa toda La na igreja, para que fosse doada para outra criança...

Minha mãe passou a noite toda ao meu lado na UTI, orando e pedindo a Deus que me livrasse da morte, pediu força e me manteve no colo da Mãe Amada... Não pregou o olho um só minuto. As horas passavam e para ela, parecia uma eternidade e o dia foi amanhecendo e conta minha mãe, que ao olhar para mim, como num milagre, eu abri os olhos e sorri para ela e ela chorou de alegria e gratidão, por ter tido a certeza que suas preces foram atendidas... 

Minha melhora foi algo inexplicável pela medicina daquela época (isso foi há 48 anos) e, tanto enfermeiros, como os próprios médicos que haviam me desenganado e “desistido” de mim, disseram que ali havia acontecido um milagre e que eles acreditavam que a Fé da minha mãe, havia me curado e que Deus realmente existia. Minha melhora foi significativa e poucas horas depois eu já estava de alta e sai nos braços da minha mãezinha, que não desistiu de mim, que acreditou que eu merecia viver, que cuidou, criou e me encaminhou para a vida e hoje, Sou um MILAGRE E ESTOU AQUI!



“Música linda da banda louvor e glória que fala ao meu coração devido ao milagre que Deus fez na vida do meu filho João Pedro”. Vídeo produzido por Valquíria Gomes Constantino. (Talvez  a história dela com seu filho deva ter sido semelhante à minha, por esse motivo, o selecionei).

  

   

 

O sobrenome Aparecida, que leva o meu nome Sandra Aparecida Ribeiro Tonsa, foi colocado por meus pais, em homenagem a minha Madrinha, minha Protetora e minha Mãe Nossa Senhora Aparecida, que cuidou e soube interceder por mim, junto a Jesus e o Divino Espírito Santo, nos momentos de Angústia e de Dor e, à Eles, Sou Grata e Abençoo à minha Vida, minha saúde, minha família e todas as pessoas que Deus colocou na minha vida e meu caminho.
Obrigada, Obrigada, Obrigada!

  

Segue um artigo do Dr. Dráuzio Varella, sobre Desidratação.  

DESIDRATAÇÃO
Desidratação é uma doença potencialmente grave que se caracteriza pela baixa concentração não só de água, mas também de sais minerais e líquidos orgânicos no corpo, a ponto de impedir que ele realize suas funções normais.  A enfermidade pode ser secundária a diarreias agudas e afetar pessoas de todas as idades, mas é mais perigosa para as crianças (especialmente recém-nascidos e lactentes) e para os idosos.

Causas
A desidratação ocorre se a água eliminada pelo organismo através da respiração, suor, urina, fezes e lágrimas, não for reposta adequadamente. Isso pode acontecer quando a ingestão de líquidos é insuficiente, nos quadros de vômitos, diarreias e febre, nos dias de muito calor por causa da transpiração excessiva, nos portadores de diabetes em função do aumento do número de micções e pelo descontrole no uso de diuréticos.

Sintomas
A desidratação pode ser classificada, segundo o grau de gravidade, em leve, moderada e grave. São sinais clássicos da desidratação leve e moderada a sede exagerada, boca e pele secas, olhos fundos, ausência ou pequena produção de lágrimas, diminuição da sudorese e, nos bebês, a moleira afundada.  Dor de cabeça, sonolência, tonturas, fraqueza, cansaço e aumento da frequência cardíaca também podem estar associados aos episódios de desidratação. Além desses sintomas, que se intensificam com o agravamento do quadro, nos casos de desidratação grave, pode surgir outros, como queda de pressão arterial, perda de consciência, convulsões, coma, falência de órgãos e morte.

Diagnóstico
O diagnóstico de desidratação baseia-se essencialmente na avaliação clínica, mas pode ser necessário realizar alguns exames simples de sangue, fezes e urina para identificar a causa e o grau de gravidade da enfermidade.

Tratamento
O leite materno é o recurso ideal para o tratamento da desidratação nos primeiros seis meses de vida da criança. Depois, independentemente da idade, nos casos de desidratação leve e moderada, beber muita água filtrada ou fervida em goles pequenos e intervalos curtos pode ser o suficiente para reidratar o organismo. É importante também manter a pessoa em ambiente com temperatura amena para evitar a perda de água pelo suor. Nos casos de desidratação grave, que podem ocorrer de uma hora para outra, a reidratação deve ser feita com o soro oral distribuído gratuitamente nos postos de saúde e à disposição nas farmácias. Esse soro pode ser preparado em casa e tem validade de 24 horas depois de diluído em água.

Se houver dificuldade para conseguir o soro para a reidratação nos postos de saúde, é possível preparar o soro caseiro, nas seguintes proporções: 1 litro de água filtrada ou fervida, uma colher rasa de chá de sal e duas colheres rasas de sopa de açúcar.

Recomendações
* Beba bastante líquido, pelo menos dois litros por dia;
* Verifique se as crianças e os idosos estão tomando a quantidade de líquido necessária para manter a boa hidratação do organismo. Nessas faixas de idade, muitas vezes, eles se esquecem de fazê-lo;
* Use roupas leves e evite a exposição direta ao sol nos dias muito quentes;
* Não pratique exercícios físicos nas horas mais quentes do dia;
* Lave bem as mãos antes das refeições e depois de ter usado o banheiro;
* Certifique-se de que os alimentos que serão ingeridos crus foram corretamente preparados.




sábado, 9 de março de 2013

Pensamentos Negativos - Não os alimente!

“O nosso mundo vive demasiado sob a tirania do medo e insistir em mostrar-lhe os perigos que o ameaçam só pode conduzi-lo à apatia da desesperança. O contrário é que é preciso: criar motivos racionais de esperança, razões positivas de viver. Precisamos mais de sentimentos afirmativos do que de negativos. Se os afirmativos tomarem toda a amplitude que justifique um exame estritamente objetivo da nossa situação, os negativos desagregar-se-ão, perdendo a sua razão de ser. Mas se insistirmos em demasia nos negativos, nunca sairemos do desespero.” (Bertrand Russell, in 'A Última Oportunidade do Homem')

Se você tem um problema, seja qual for, e resolve falar dele, todo dia, toda hora, com todo mundo, lamento dizer que ele se tornará cada vez maior, cada vez pior e cada vez você se enterrará na areia movediça da "análise-buraco-negro". Wayne Diyer

"Mantenha seu foco naquilo que você quer, não naquilo que você não quer"

Para sobreviver, o Homo sapiens ganhou um cérebro que funciona, basicamente da seguinte forma: tudo aquilo que tem a sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer. Isso é tão importante -- e primário -- que vou repetir para você: tudo aquilo que recebe sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer.

Apesar de parecer uma frase vaga e pouco técnica, ela está correta e precisamos entender o seu real significado em nossas carreiras, nossas empresas, nossa vida pessoal e nosso autocontrole. Leia a frase novamente: tudo aquilo que tem a sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer.

Este simples mecanismo permitiu a construção da civilização como a conhecemos, incluindo nossos erros e acertos. Por que? Porque nosso cérebro não faz nenhuma distinção entre as coisas que queremos ou que não queremos. Ele somente se concentra em encontrar meios de obtermos aquilo que está em nossa cabeça, mesmo que seja o que não queremos. Por isso (*) Wayne Dyer afirma: "Mantenha seu foco naquilo que você quer, jamais no que você não quer, ou não tem"

Algumas pessoas acham que isso tem elementos esotéricos, paranormais ou de fé religiosa; não tem. Na verdade, é somente biologia darwiniana e matemática pura, pois a mente não tem meios de avaliar a qualidade relativa de cada um dos 50 mil pensamentos gerados diariamente pelos neurônios. Por isso ele, de modo simples e direto, ajuda você a conseguir aquilo em que você pensa. Sempre.

Se você pensa o dia inteiro em pobreza, nas dívidas para pagar, nas noites solitárias e nos defeitos das pessoas.... seu cérebro, obedientemente, vai procurar modos de conseguir mais daquilo em que você pensa. Você tenderá a conseguir mais falta de dinheiro, mais dívidas para pagar, mais noites solitárias e encontrará ainda mais defeitos em mais pessoas... Repito, isso não tem mágica envolvida, nem paranormalidade: só biologia e matemática. É impossível explicar neuropsicologia em um texto de quinze parágrafos, mas observe se isso não ocorre em todo lugar. Tudo aquilo que tem a sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer. Sejam pensamentos que ajudam ou atrapalham você.

- Uma amiga, que praticamente cresceu comigo, repetia desde a adolescência que "não queria ser como o pai". Um dia, ela resolveu que precisava de terapia, e me contava como, durante muitos anos, as sessões giravam em torno da avaliação que ela fazia do pai e "como ela não queria ser como ele".
Um dia, muitos anos depois, nos reencontramos e a conversa acabou indo para o assunto predileto dela: "não queria ser como o pai". 

Deprimida, ainda sob terapia e, agora, tomando remédios, perguntei por que ela continuava a falar disso; "porque eu preciso me entender, e entender essa minha raiva e os motivos pelos quais não quero ser como meu o pai. E agora estou pior, porque eu descobri que estou agindo e até pensando do mesmo modo que o meu pai. E isso me dá raiva de mim mesma!"

Quando ela começou com essa história, na adolescência, era somente um problema. Mas agora, depois de anos de pensamento concentrado, terapia com foco errado e desprezo pelas leis naturais, ela tinha conseguido: estava se tornando o próprio pai! Tudo aquilo que recebe sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer.

"Agora que você é coach, o que eu faço?", perguntou para mim. Olhei-a nos olhos e perguntei diretamente: "Você repete desde a adolescência que não quer ser como seu pai certo?". Ela me encarou e disse: "É... certo". Então, fiz a pergunta óbvia: "Então você quer ser como quem? Quem é seu modelo? em quem você gostaria de se espelhar?"

Ela me olhou, desconcertada. Pensou um pouco e disse: "Eu não sei com quem eu quero parecer, mas sei que não quero parecer com meu pai. Em todos esses anos de terapia, eu nunca pensei nisso, jamais pensei em quem eu queria ser...". Note que todas as frases que eu grifei, acima, tem o pensamento "quero ser como meu pai". O cérebro simplesmente despreza a palavra não (estou simplificando para efeito didático).

Tentei explicar o conceito de que tudo aquilo que recebe sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer, mas ela quase entrou em choque. "Pelo que você está dizendo, eu estou fazendo a coisa errada a minha vida toda! Todos os anos de terapia, todas as horas do dia em que falei com meus amigos sobre isso??? ". Sim, infelizmente sim.

Embora praticamente todos os livros de sucesso, e vários filósofos e religiosos digam isso (com palavras diferentes), o impacto que este conceito pode ter, por aqueles que o entendem e o aplicam, é poderoso, seja dentro da cultura de uma empresa, uma equipe de trabalho, um casamento, um time e até dentro de nossa própria cabeça.

Tudo aquilo que tem a sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer, por isso, faça como sugere Wayne Dyer: mantenha seu foco naquilo que você quer, jamais no que você não quer, ou não tem. Se você entender essa frase, começará a compreender, também, porque algumas pessoas ficam 20 ou 30 anos fazendo terapia, como minha amiga, e infelizmente, os problemas continuam lá. Maiores e piores.

(*) Dr. Wayne Walter Dyer é psicoterapeuta e tem doutorado na área de educação pela Wayne State University, sendo associado do curso de doutorado da St. Jonh’s University, em Nova York. É autor e co-autor de diversos livros, colabora com alguns periódicos e é conferencista reconhecido nos Estados Unidos da América


Algumas Frases de Wayne Diyer

“Tudo que você é contra, te enfraquece. Tudo que você é a favor, te fortalece.”

“Mude o modo que você olha para as coisas, e as coisas que você olha mudarão.”

"Você não é um ser humano que está passando por uma experiência espiritual. Você é um ser espiritual que está vivenciando uma experiência humana."

"Você é tratado da maneira como ensina as pessoas a tratá-lo."

“Não há falta de oportunidades para se ganhar a vida com aquilo que você ama; há apenas uma falta de determinação para fazer com que isso aconteça.”

"Quando você julga os outros, você não os define, você define a si mesmo."

“Aqueles que nos magoaram fizeram apenas o que sabiam fazer, em função das condições de suas vidas. Se você não perdoar, permitirá que essas mágoas antigas continuem a dominá-lo.”
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