Entendendo o Transtorno Borderline
Você está perplexo e
magoado?
Alguém do seu círculo
familiar tem um comportamento que envolve:
• Mudanças repentinas de
humor?
• Mentiras que prejudicam
os outros?
• Extrema impulsividade?
• Reações imprevisíveis?
• Explosões de raiva
desproporcionais?
• Desequilíbrio financeiro?
Essas podem ser manifestações do transtorno de personalidade
limítrofe - o Borderline.
O Transtorno de
Personalidade Borderline caracteriza-se por um padrão de relacionamento
emocional intenso, porém confuso e desorganizado. A instabilidade das emoções é
o traço marcante deste transtorno, que se apresenta por flutuações rápidas e
variações no estado de humor de um momento para outro sem justificativa real.
Essas pessoas reconhecem sua labilidade emocional, mas para tentar encobri-la
justificam-nas geralmente com argumentos implausíveis. Seu comportamento
impulsivo freqüentemente é autodestrutivo. Estes pacientes não possuem
claramente uma identidade de si mesmos, com um projeto de vida ou uma escala de
valores duradoura, até mesmo quanto à própria sexualidade. A instabilidade é
tão intensa que acaba incomodando o próprio paciente que em dados momentos
rejeita a si mesmo, por isso a insatisfação pessoal é constante.
Características Diagnósticas
A característica essencial
do Transtorno da Personalidade
Borderline é um padrão invasivo de
instabilidade dos relacionamentos interpessoais, auto-imagem e afetos, e acentuada
impulsividade que começa no início da idade adulta e está presente numa
variedade de contextos.
Os indivíduos com
Transtorno da Personalidade Borderline fazem
esforços frenéticos para evitarem um abandono real ou imaginado (Critério
1). A percepção da separação ou rejeição
iminente ou a perda da estrutura externa podem ocasionar profundas alterações
na auto-imagem, afeto, cognição e comportamento.
Estes indivíduos são muito sensíveis às circunstâncias
ambientais. Eles experimentam intensos
temores de abandono e raiva inadequada, mesmo diante de uma separação real
de tempo limitado ou quando existem mudanças inevitáveis dos seus planos (por
ex., reação de súbito desespero quando o
clínico anuncia o final da sessão; pânico
ou fúria quando alguém que lhes é importante se atrasa apenas alguns minutos ou
precisa cancelar um encontro).
Eles podem acreditar que
este "abandono" implica
que eles são "maus". Esse medo do abandono está relacionado a uma
intolerância à solidão e a uma
necessidade de ter outras pessoas consigo. Os seus esforços frenéticos para
evitar o abandono podem incluir ações impulsivas tais como comportamentos de automutilação ou suicidas, que são descritos
separadamente no (Critério 5). Os indivíduos com Transtorno da Personalidade
Borderline têm um padrão de relacionamentos
instáveis e intensos (Critério 2). Podem idealizar potenciais cuidadores ou amantes já no primeiro ou no segundo
encontro, exigir que passem muito tempo juntos e compartilhar detalhes
extremamente íntimos na fase inicial de um relacionamento.
Pode haver, entretanto, uma
rápida passagem da idealização para a desvalorização, por achar que a outra pessoa não se importa o suficiente, não dá o
bastante, não está "ali" o suficiente. Estes indivíduos podem
sentir empatia e carinho por outras
pessoas, mas apenas com a expectativa de
que a outra pessoa "estará lá" para também atender às suas
próprias necessidades, quando exigido. Estes indivíduos estão inclinados a mudanças súbitas e dramáticas
nas suas opiniões sobre os outros, que podem ser vistos alternadamente como
suportes benévolos ou como cruelmente
punitivos. Tais mudanças frequentemente
refletem a desilusão com uma pessoa cujas qualidades de devotamento foram
idealizadas ou cuja rejeição ou abandono são esperados.
Pode haver um distúrbio de identidade caracterizado por
uma auto-imagem ou sentimento de self acentuado e persistentemente instável
(Critério 3). Mudanças súbitas e dramáticas são observadas na auto-imagem,
caracterizadas por objetivos, valores e
aspirações profissionais em constante mudança. O indivíduo pode exibir súbitas
mudanças de opiniões e planos acerca da carreira, identidade sexual, valores e
tipos de amigos.
Estes indivíduos podem
mudar subitamente do papel de uma pessoa
suplicante e carente de auxílio para um vingador implacável de maus tratos
passados. Embora geralmente possuam uma auto-imagem de malvados, os indivíduos com este transtorno podem,
por vezes, ter o sentimento de não
existirem em absoluto.
Tais experiências
habitualmente ocorrem em situações nas quais o indivíduo sente a falta de um relacionamento significativo, carinho e apoio. Estes indivíduos podem apresentar pior desempenho em situações de trabalho ou escolares
não estruturados. Os indivíduos com este
transtorno exibem impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente
prejudiciais para si próprios (Critério 4).
Podem jogar, fazer gastos irresponsáveis, comer em excesso, abusar de
substâncias ou dirigir de forma imprudente. As pessoas com Transtorno da Personalidade
Borderline apresentam, de maneira recorrente, comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou comportamento
automutilante (Critério 5). O
suicídio completado ocorre em 8 a 10% desses indivíduos, e os atos de
automutilação (por ex., cortes ou
queimaduras), ameaças e tentativas de suicídio são muito comuns.
Tentativas recorrentes de suicídio são, frequentemente, a razão
pela qual estes indivíduos procuram auxílio. Tais atos autodestrutivos geralmente são
precipitados por ameaças de separação ou
rejeição ou por expectativas de que assumam maiores responsabilidades. A
automutilação pode ocorrer durante experiências dissociativas e frequentemente traz alívio pela reafirmação da capacidade
de sentir ou pela expiação do sentimento de ser mau.
Os indivíduos com
Transtorno da Personalidade Borderline podem apresentar instabilidade afetiva,
devido a uma acentuada reatividade do humor (por ex., disforia episódica intensa, irritabilidade ou ansiedade, em geral
durando algumas horas e apenas raramente mais de alguns dias) (Critério 6).
O humor disfórico básico
dos indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline, muitas vezes é perturbado por períodos de raiva, pânico ou
desespero e, raramente, é aliviado por períodos de bem-estar ou satisfação.
Esses episódios podem refletir a extrema reatividade do indivíduo a estresses interpessoais. Os indivíduos
com Transtorno da Personalidade Borderline podem ser incomodados por
sentimentos crônicos de vazio
(Critério 7). Facilmente entediados, podem estar constantemente a procurar algo
para fazer.
Os indivíduos com este
transtorno frequentemente expressam raiva intensa e inadequada ou têm
dificuldade para controlar sua raiva (Critério 8). Podem exibir extremo sarcasmo, persistente amargura ou explosões
verbais. A raiva frequentemente
vem à tona quando um cuidador ou amante
é visto como negligente, omisso, indiferente ou prestes a abandoná-lo.
Tais expressões de raiva frequentemente são seguidas de vergonha e
culpa e contribuem para o sentimento de ser mau. Durante períodos de
extremo estresse, podem ocorrer ideação paranóide ou sintomas dissociativos
transitórios (por ex., despersonalização)
(Critério 9), mas estes em geral têm gravidade ou duração insuficiente para
indicarem um diagnóstico adicional. Estes episódios ocorrem mais comumente em
resposta a um abandono real ou imaginado.
Os sintomas tendem a ser transitórios, durando minutos ou horas. O retorno real ou
percebido do carinho da pessoa cuidadora pode ocasionar uma remissão dos sintomas.
Características e Transtornos Associados
Os indivíduos com
Transtorno da Personalidade Borderline podem
ter um padrão de boicote a si mesmos quando uma meta está prestes a ser
alcançada (por ex., regredir
severamente após uma discussão acerca do sucesso da terapia até o momento atual,
destruir um bom relacionamento
quando está claro que este poderia ser duradouro).
Alguns indivíduos
desenvolvem sintomas tipo psicóticos
(por ex., alucinações, distorções da
imagem corporal, idéias de referência e fenômenos hipnagógicos) durante
períodos de estresse. Os indivíduos com este transtorno podem sentir-se mais
seguros com objetos transicionais
(isto é, um animal de estimação ou a
posse de um objeto inanimado) do que em relacionamentos interpessoais.
A morte prematura por
suicídio pode ocorrer em indivíduos com este transtorno, especialmente naqueles
com concomitantes Transtornos do Humor
ou Transtornos Relacionados a Substâncias. Deficiências físicas podem
resultar de comportamentos
automutilantes ou tentativas fracassadas de suicídio.
Perdas recorrentes de empregos, interrupção dos estudos e
casamentos rompidos
são comuns. Abuso físico e sexual,
negligência, conflito hostil e perda ou separação parental precoce são mais
comuns na história da infância dos indivíduos com Transtorno da Personalidade
Borderline.
Características Específicas à Cultura, à Idade e ao Género
O padrão de comportamento
visto no Transtorno da Personalidade Borderline foi identificado em diversos
contextos, no mundo inteiro. Adolescentes e adultos jovens com problemas de
identidade (especialmente quando acompanhados pelo uso de substâncias) podem
exibir, temporariamente, comportamentos que podem ser confundidos com o
Transtorno da Personalidade Borderline.
Estas situações são
caracterizadas por instabilidade emocional, dilemas "existenciais", incertezas, escolhas que causam ansiedade, conflitos acerca da
orientação sexual e pressões sociais no sentido de decidir-se por uma profissão.
O Transtorno da Personalidade Borderline é diagnosticado predominantemente em
mulheres (cerca de 75%).
A prevalência do Transtorno
da Personalidade Borderline é estimada em cerca
de 2% da população geral, cerca de 10%
dos indivíduos vistos em clínicas ambulatoriais de saúde mental, e cerca de 20% dos pacientes psiquiátricos
internados. A prevalência varia de 30
a 60% entre as populações clínicas com Transtornos da Personalidade.
Curso da doença
Existe uma variabilidade considerável no curso
do Transtorno da Personalidade Borderline. O padrão mais comum é de instabilidade crônica
no início da idade adulta, com episódios de sério descontrole afetivo e
impulsivo e altos níveis de utilização de serviços de saúde mental. O prejuízo
resultante do transtorno e o risco de
suicídio são maiores nos anos iniciais da idade adulta e diminuem gradualmente
com o avanço da idade. Durante a faixa dos 30 e 40 anos, a maioria dos
indivíduos com o transtorno adquire maior estabilidade nos seus relacionamentos
e funcionamento profissional.
O Transtorno da
Personalidade Borderline é cerca de
cinco vezes mais comum entre os parentes biológicos em primeiro grau dos
indivíduos com o transtorno do que na população geral. Existe, também, um risco
familiar aumentado para Transtornos
Relacionados a Substâncias, Transtorno da Personalidade Anti-Social e
Transtornos do Humor.
O tratamento
A integração de tratamentos medicamentosos mais
psicoterápico trouxe grandes progressos no tratamento do Transtorno Borderline.
Medicação:
O tratamento medicamentoso inclui Estabilizadores
de Humor (mesmo que não se trate de DAB) pois eles ajudam a conter a
impulsividade e as oscilações de humor.
Antidepressivos e Tranquilizantes não tem a mesma eficácia que teriam em casos de depressões ou ansiedades "puras" mas certamente tem sua utilidade em Borderline.
Antidepressivos e Tranquilizantes não tem a mesma eficácia que teriam em casos de depressões ou ansiedades "puras" mas certamente tem sua utilidade em Borderline.
Embora a medicação seja muito importante, ela é
ator coadjuvante. O ator principal no tratamento é a Psicoterapia.
Não é uma terapia fácil. O que acontece "na
vida real" acontece dentro do consultório: instabilidade, alternância de
amor e ódio, idealização e desapontamento com o terapeuta, sedução,
impulsividade, etc. Geralmente no início do tratamento a Psicoterapia é
mais Analítica, para que a paciente reconheça o problema, suas causas e as
consequências na sua vida.
IMPORTANTE
Procure o seu médico Psiquiatra
para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar medicamentos.
http://portfolio.med.up.pt
Publicado por: Dra. Shirley
de Campos
Vc foi clara e expos de forma mto coerente a nossa realidade. É bem isso mesmo que ocorre, pelo menos comigo.
ResponderExcluirAcho que essa taxa pode ser maior,pela minha parte,além de sentir todos os sintomas da sindrome, por mais que tento não consigo confiar em ninguém,principalmente confiar a um psicologo meus sentimentos, me pergunto também por que parei para comentar isso,qual o propósito ? reconhecer que sou ruim no que faço além do meu esforço ? Isso é outro caso, me sinto indiferente com o mundo, me abato, mas tento ser o melhor no que faço,tento ser a melhor pessoa pro mundo,e quando não sou reconhecido,quero que todos vão para o inferno.
ResponderExcluirApesar de tudo foi graças ao meu esforço que estou subindo na empresa,realmente não sei a quem se aplica a questão de não conseguir atuar bem no trabalho ou escola,talvez outros como eu tomem para si a situação de que não há saida,também penso assim, e do mesmo jeito que ficou triste e feliz, do nada aparece alguma razão para pensar diferente.
Existe uma sindrome que ainda não encontrei explicação,por que EU NÃO CONSIGO PARAR DE PENSAR NA LOGICA DAS COISA E NO PORQUE TEM QUE SER ASSIM,POR QUE NÃO POSSO TER O QUE EU QUERO, SE DEUS EXISTE (SOU ATEU) ? POR QUE NÃO ME PERGUNTOU COMO EU QUERIA NASCER,COMO VIVER,POR QUE NÃO PERGUNTOu A TODOS,AO NASCER ESTAMOS CONDENADOS A VIVER NO LIMITE DAS CONSEQUENCIAS,LUTAR,ESTUDAR,TRABALHAR KKKK SE NÃO FOR PRA SER VOCÊ,PODE SE LAMENTAR,VOCÊ SERÁ ESQUECIDO PELO TEMPO,E NO MOMENTO, MINHA VONTADE É FICAR NA HISTÓRIA.