Deus, para a
felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem
confundir fé com religião e amor com casamento. (Machado de Assis)
Não há homem algum tão exclusivamente masculino que não possua em si algo de feminino. (Carl Gustav Jung)
O homem superior
atribui a culpa a si próprio; o homem comum aos outros. (Confúcio)
Imagine
a cena: é sábado à noite e um casal de namorados se encontra. Ela propõe um
cinema e ele diz não. Ela insiste e ele mantém o não. Ela pergunta o porquê e
ele continua no simples não. Então ela dispara uma metralhadora de porquês e
ele perde a paciência. Está declarada uma guerra. Ela recebe uma descarga de
fantasias a respeito da recusa dele em ir ao cinema enquanto que para ele esse
não é pura e simplesmente um não!
O
enredo até pode mudar, mas esta cena é muito frequente entre os casais
modernos. Já foi constatado que homens e
mulheres não falam a mesma língua.
Segundo
Luiz Cushnir, um estudioso de
assuntos de gêneros do Instituto de
Pesquisa do Hospital das Clínicas de São Paulo, homens têm dificuldades de
expressar suas emoções. Isto deve-se ao fato de que eles têm um raciocínio
lógico e matemático, enquanto que as mulheres têm o raciocínio mais voltado
para argumentações e questões mais subjetivas. Não podemos classificar uma
forma de pensar como melhor que a outra, elas
são apenas diferentes.
Em
suas pesquisas nesse Instituto de São Paulo, Cushnir constatou que os homens se drogam mais e estão mais envolvidos em acidentes e mortes
violentas do que as mulheres. Além disso, a taxa de suicídio também é maior entre eles. A dificuldade
masculina em lidar com as próprias emoções faz com que eles se transformem em
vítimas da ansiedade, depressão, doenças
do humor, síndrome do pânico, fobias, pensamentos obsessivos, atitudes
compulsivas e disfunções sexuais.
Segundo
Chevalier & Gheerbrant (1997), fazem parte da dinâmica feminina os sentimentos,
os afetos, as intuições, a sensibilidade ao irracional e as relações com o
inconsciente. Essa dimensão feminina está presente na mulher, de forma
consciente e no homem, de forma inconsciente.
“A mulher está mais ligada do
que o homem à alma do mundo, às primeiras forças elementares, e é através da
mulher que o homem comunga com essas forças (…). Não será a mulher emancipada
nem aquela que se torna semelhante ao homem que terá um importante papel a
desempenhar no período futuro da história, mas sim o eterno feminino. A mulher é o futuro do homem.” (Chevalier & Gheerbrant, 1997, p. 421)
O
estigma do feminino tende a afugentar quem o procura. Os homens românticos e
sensíveis tendem a receber rótulos pejorativos e, gostar de discutir a relação,
é um comportamento normalmente atribuído às mulheres. A imagem do homem ideal
tende a ser um tanto heróica, máscula, forte e viril. Isto não quer dizer que
tal imagem não possa existir, porém reduzir o homem a esse estereotipo
significa polarizar a sua personalidade na dimensão masculina e ignorar o seu “feminino”
que lhe é complementar.
Homens
e mulheres de fato são diferentes, mas isso não significa que sejam rivais.
Depois da revolução feminista dos anos 60, o homem sentiu-se desafiado pela
nova mulher que surgiu. Se ambos passarem a se ver como duas faces da mesma
moeda, como partes complementares de um todo, talvez encontrem a si mesmos.
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“Não dependa de ninguém na sua vida, só de Deus, pois até mesmo sua sombra o abandonará quando você estiver na escuridão.”