Os
transtornos alimentares Anorexia e
Bulimia são os distúrbios comportamentais mais comuns na alimentação e
caracterizam-se por severas perturbações no comportamento alimentar. Embora ele
se refere ao ato de comer não tem nenhuma relação direta com os alimentos. Ela está enraizada
no medo de viver e de crescer. Os sinais mais claros destas doenças
são descobertas pela recusa em manter o peso corporal para a idade e altura que causa uma perda significativa de peso.
Esta postagem inclui
dois diagnósticos específicos, Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa.
A
Anorexia Nervosa caracteriza-se por
uma recusa a manter o peso corporal em uma faixa normal mínima. A Bulimia Nervosa é caracterizada por
episódios repetidos de compulsões alimentares seguidas de comportamentos
compensatórios inadequados, tais como: vômitos auto-induzidos; mau uso de laxantes, diuréticos
ou outros medicamentos; jejuns ou exercícios excessivos.
Uma perturbação na percepção da forma e do peso corporal é a característica essencial tanto da Anorexia Nervosa quanto da Bulimia Nervosa.
Lembra
da banda Silverchair, que fez muito sucesso no final dos anos 90 e início dos
2000? E de um dos seus principais hits, que se chamava “Ana’s Song (Open
Fire)”? Pra refrescar a sua memória, vou deixar o clipe aqui pra você dar uma
ouvida enquanto lê o resto da postagem:
ANOREXIA 'A música de Ana'
Anorexia nervosa
A anorexia
nervosa caracteriza-se por perda de peso intensa e intencional às expensas de dietas extremamente rígidas com
uma busca
desenfreada pela magreza, uma distorção grosseira da imagem corporal e alterações do
ciclo menstrual.
O termo anorexia
sabidamente não é o mais adequado do ponto de vista psicopatológico na medida
que não ocorre uma perda real do
apetite, ao menos nos estágios iniciais da doença. A negação do apetite e o
controle obsessivo do corpo tornam o termo alemão pubertaetsmagersucht,
isso é, “busca
da magreza por adolescentes”, bem mais adequado.
Breve
histórico
Habermas (1986)
descreveu um caso pioneiro altamente sugestivo de anorexia nervosa em uma serva que viveu no ano de 895. A jovem Friderada, após ter-se recuperado de uma
doença não-reconhecível, passou a apresentar um apetite voraz e descontrolado.
Para tentar
diminuí-lo, buscou refúgio em um
convento e nele, com o tempo, foi
restringindo sua dieta até passar a efetuar longos jejuns. Embora
inicialmente ainda conseguisse manter suas obrigações conventuais, rapidamente
seu quadro foi-se deteriorando até a sua
morte, por desnutrição.
No ano de 1694, Richard Morton é autor do primeiro relato médico de anorexia nervosa, descrevendo o tratamento de uma jovem mulher com recusa em alimentar-se e ausência de ciclos menstruais, que rejeitou qualquer ajuda oferecida e morreu de inanição. O autor mostra-se profundamente intrigado pela indiferença que a paciente demonstrava em relação ao seu estado crítico e pela preservação de suas faculdades mentais básicas.
Na segunda metade
do século XIX, a anorexia nervosa emerge como uma entidade autônoma e delineada
a partir dos relatos do francês Charles Laségue (1873) que descreve a anorexie
histérique. No ano seguinte, William Gull descreve três meninas com quadro
anoréxico restritivo com o nome de “apepsia histérica”. A discussão sobre a
primazia do relato inicial do quadro é mais uma das longas novelas médicas
existentes sobre paternidade de idéias (Van der Ham et al., 1989).
Em 1903, Janet relata o caso de Nadia, uma moça de 22 anos de idade, que manifestava vergonha e repulsa ao seu corpo com constante desejo de emagrecer, quadro que denominou de anorexie mental. O autor relacionou a busca intensa da magreza à necessidade de protelar a maturidade sexual e sugeriu dois subtipos psicopatológicos, obsessivo e histérico.
A bulimia nervosa caracteriza-se por grande ingestão de alimentos com sensação de perda de controle, os chamados episódios bulímicos. A preocupação excessiva com o peso e a imagem corporal levam o paciente a métodos compensatórios inadequados para o controle de peso como vômitos auto-induzidos, uso de medicamentos (diuréticos, inibidores de apetite, laxantes), dietas e exercícios físicos.O termo bulimia nervosa foi dado por Russell (1979) e vem da união dos termos gregos boul (boi) ou bou (grande quantidade) com lemos (fome), ou seja, uma fome muito intensa ou suficiente para devorar um boi.
Quadro 1 - Critérios diagnósticos para Anorexia Nervosa, segundo o DSM-IV (APA-1994) e CID-10 (OMS-1993).
Desde os anos
1980, tornou-se clássico, na maior parte da literatura, o estabelecimento de
dois subtipos clínicos da AN, o restritivo e o purgativo. Nos anos 90,
diferentes estudos evidenciaram que o subtipo purgativo apresentaria mais:
transtornos de personalidade e comportamentos impulsivos, tais como tentativas
de suicídio, auto-mutilação, cleptomania, abuso de substâncias.
Quadro 2 - Critérios diagnósticos para Bulimia Nervosa, segundo o DSM IV (APA, 1994) e CID 10 (OMS, 1993).
Por
Dr.Táki Athanássios Cordás
Professor
colaborador do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP). Coordenador Geral do Ambulatório de Bulimia
e Transtornos Alimentares (AMBULIM) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das
Clínicas da FMUSP. São Paulo. SP. Brasil.
Endereço para
correspondência: AMBULIM – Rua Dr. Ovideo Pires de Campos, 785 – 2º andar –
05403-010 – São Paulo – SP – e-mail: ambulim@hcnet.usp.br – Fone: (11)
3069-6975.
Órgão Oficial do
Departamento e Instituto de Psiquiatria - Faculdade de
Medicina - Universidade de São Paulo
Só de
curiosidade... Conheça algumas
mulheres anoréxicas que entraram para a história.
Americana, a
escritora anoréxica, foi a primeira mulher a tratar do tema na ficção, ao
publicar o romance Old Mortality, em 1937.
A atriz americana
foi a primeira mulher a revelar publicamente seus transtornos alimentares.
Conta que lutou contra a bulimia e exercícios excessivos dos 15 aos 45 anos.
Atriz famosa nos
anos 60, pesava 45 Kg e tinha 1,70 de altura. Começou a se tratar com 20 anos e
passou 3 anos nesta batalha.
Cantora americana
da dupla The Carpenters era gordinha na infância e ficou obcecada com a magreza
ao se tornar famosa. Morreu, no auge de sua carreira, em 1983, vitima da
anorexia, pesando 34 Kg.
A princesa de
Gales confessou que teve anorexia e bulimia por 10 anos, associadas a fortes
crises de depressão.
Aos 26 anos, a
top model pesava 43 kg. Foi internada duas vezes e provocou uma grande
discussão sobre o tema, iniciando a polêmica anorexia X mundo fashion. Embora
nunca tenha assumido a anorexia publicamente, se tornou o retrato da ''estética
anoréxica'' que marcou uma geração de estrelas das passarelas.
A atriz inglesa,
já relatou em entrevista que teve avó e a bisavó anoréxicas. Mas, mesmo pesando
menos de 40 Kg ela garante que não é...
Depois de meses
de especulação sobre seus ossos aparecendo excessivamente, a jovem atriz
assumiu publicamente que tinha um Transtorno Alimentarar e se internou numa
clínica para o tratamento da anorexia.
Depois de perder
muito peso nos últimos anos, a "socialite" (?) tem mantido um corpo
esquálido e assustado quem vê suas imagens mais recentes.
Filha da
estilista Donatella Versace, a jovem de 20 anos foi internada no início deste
ano pesando 32 Kg. Sua situação era tão grave que ela estava sendo alimentada
por um tubo nasogástrico, utilizado quando a alimentação oral não tem condições
de suprir as necessidades.
A modelo
brasileira morreu em novembro de 2006 por causa de problemas decorrentes
da anorexia. Ela tinha 19 anos e pesava 42 quilos - e reacendeu a polêmica da
ditadura da magreza no Brasil.
Outras
mulheres que foram questionadas por sua magreza recentemente:
Madonna (Cantora), Angelina Jolie
(Atriz), Lindsay Lohan
(Atriz), Victoria Beckham
(Cantora),
Portia de Rossi
(Atriz), Calista Flockhart
(Atriz)
http://viafreud.blogspot.com.br/2007/09/transtornos-alimentares-se-tornaram-o_3720.html
http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol31/n4/154.html
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