A
história extraoficial, aquela que corre de boca em boca, mas não é registrada
em livros, criou uma expressão popular na região das Missões, no estado do Rio
Grande do Sul. Segundo a cultura local, os primeiros jesuítas europeus que
construíram com os índios guaranis os Sete Povos das Missões, costumavam
aplicar uma tática de doutrinação religiosa, ou seja, esculpiam na madeira
imagens do tamanho de uma pessoa. Essas imagens representavam alguns santos da
Igreja Católica e eram ocas. Colocadas em lugares estratégicos, os padres
encarregados pela catequização costumavam entrar nessas imagens ocas e falar
aos índios como se fossem os próprios santos transmitindo suas mensagens.
Verdade
ou não, o "santinho do pau oco"
virou expressão popular que caracteriza o indivíduo que passa uma imagem de
"santo", mas que na verdade, "por dentro" é outra pessoa.
Não é o caso, é óbvio, da pessoa que pratica o bem, sem olhar a quem, porque
assumir a prática do amor fraternal exige transparência de sentimentos onde não
há lugar para o fingimento ou a representação. Nesse
sentido, não precisamos ser santos ou beatos para afirmar o bem em nossas
vidas. Basta deixar fluir a energia do amor que trazemos internalizada em forma
de centelha divina...
Essa
fagulha, quando acesa em forma de chama interior, tem o poder de transformar
realidades através do exercício da caridade, da cura, da proteção espiritual,
do autoconhecimento e do progresso espiritual. Portanto,
praticar o bem sem interesses ou segundas intenções, tem vantagens que não
imaginamos, porque vivemos em um mundo onde o sofrimento, associado à
esperteza, limita a nossa visão para o que é puro e transparente nas relações
interpessoais.
Por
este motivo, as crianças despertam em nós a ternura e a pureza esquecidas em
algum lugar do passado. São elas a referência e a esperança de um mundo onde os
bons sentimentos possam ser compartilhados no convívio social. Porém, para
compartilhar bons sentimentos, precisamos exercitá-los no dia-a-dia de nossas
vidas, porque toda mudança interior, por mais gradual que seja, exige adaptação
e troca de energia áurica, que é o campo energético ao nosso redor que informa
ao Universo se somos ou não seres amorosos.
O
grande desafio para quem pretende, aos poucos, trocar a sua energia áurica, é
manter-se focado no bem. Tarefa difícil quando se vive em uma sociedade
competitiva, cuja orientação e filosofia induzem a ser esperto para levar
vantagem sobre o outro. No
entanto, estamos falando de "vantagens" fundamentadas em bens eternos
e não bens perenes que se acabam com o passar do tempo. Estamos falando de
transparência de atitudes e de sentimentos elevados, e não de títulos, status
social ou aparências.
Trilhar
o caminho da verdade de cada um exige, acima de tudo, perseverança no bem. Esse
caminho nos leva à cura de nossos males e à conquista do equilíbrio
bio-psíquico-espiritual que contempla um estado de saúde integral, idealizado
pelas religiões de fé raciocinada, pela filosofia, medicina e psicologia.
Ser
ou tornar-se uma boa pessoa, não exige, necessariamente, vínculo religioso ou
abstinência de certos prazeres "mundanos", como a diversão, o lazer e a prática
do sexo, entre outros, que são inerentes à pessoa humana e importantes à
sensação de bem-estar e equilíbrio.
O
indivíduo focado no bem cultiva a bondade dentro e fora de si mesmo, sem fazer
alarde ou uso pessoal desse instrumento que lhe é inato e natural, pois, como
aprendiz que é, aprende a cada lição de vida algo novo a respeito de sua
condição de homem de bem.
No
contexto social em que interage a pessoa de bons sentimentos, podemos
relacionar algumas vantagens que ela acumula com a sua prática desinteressada.
Em
processo de libertação da energia da maldade, que turva visões e endurece
corações, a pessoa de bem ilumina o seu próprio caminho; Como
possui luz própria e foco no bem, o seu campo áurico passa a ser o reflexo de
sua alma; Com
o cultivo da simplicidade, a paz interior torna-se garantia da colheita de bons
frutos;
Com
o coração em processo de pacificação, as somatizações orgânicas e as psicossomatizações
tendem a desaparecer, assim como as doenças em geral; Com
o autoconhecimento proporcionado pela reforma interior (íntima), dúvidas ou
questionamentos a respeito da vida e da morte, começam a ser elaborados através
de respostas que fluem pela intuição, que é um canal ligado à espiritualidade
superior; Com
a perseverança no bem, a percepção do "caminho do meio" que é a
sensação de equilíbrio vital, é incorporada ao âmbito das percepções normais.
Dessa forma, ao possuir uma referência básica, o indivíduo tende a
"recair" cada vez menos em relação aos "altos e baixos"
característicos da condição humana no planeta Terra.
Enfim,
as conquistas adquiridas pela alma que cultiva sentimentos elevados,
relacionam-se, intimamente, aos valores do espírito. Sem esquecermos, é
evidente, que cada espírito possui um ego e um corpo físico que precisam ser
considerados no contexto vital. Caso contrário, estaremos negligenciando a
nossa natureza corpórea, que necessita de sensações prazerosas para se sentir
bem no mundo em que vivemos.
Amor,
Autoestima e muita Luz!
por Flávio Bastos
“Só uma imensa vontade de partilha, para que a todos tudo chegue, me move...tudo o que seja pensado acima desta fasquia medida por uma fraqueza humana (EU mesmo) mas confiante na Providência Divina, são meras suposições humanas que eu declino em amor e verdade perante Aquele que "sonda os corações e conhece os pensamentos mais escondidos." (ad)
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“Não dependa de ninguém na sua vida, só de Deus, pois até mesmo sua sombra o abandonará quando você estiver na escuridão.”