Desabafo da alma...
“Hoje
foi um dia difícil, sinto um insistente nó na garganta e um aperto no peito,
embora procure nos contatos de telefone e nos velhos amigos, fica a sensação de
não ter com quem conversar, pois existe em mim, um receio em parecer fraco ou
ser mal interpretado. Gostaria de ser poupado do olhar espantoso ao contar meus
tropeços e de obter atenção em cada palavra externada. Na última conversa com
um amigo tive minhas preocupações subestimadas, me cansei de conselhos prontos
e frases clichês. Minhas emoções estão todas trancadas em um quarto escuro, mal
posso ver e tenho medo de acender a luz, tamanha a desorganização interna que
me encontro, mas preciso dividir o peso com alguém que me ajude a organizar
essa bagunça.”
“Há vários dias, que me
sinto como que amputada, Falta-me uma asa!
Asa emprestada, asa usada.
Falta-me.
Nasce um nó na garganta,
aperto no peito, tudo porque a minha asa voou, rumo ao lugar que escolheu.
Rumo ao seu querer, seu sentir. Eu fiquei quieta, quase estática.
Falar não vale a pena
ninguém me entenderia. Por isso, meu nó na garganta cresce, por isso solidão
dói. Mas há que reaprender a voar.
A vida vai seguir o seu
curso, indiferente a tudo e todos, e eu sou uma gota d’água, no mar da vida,
uma gota d’água, que tem de crescer, que tem de aprender a virar copo, depois
quem sabe, rio na vida de alguém.
Eis
aqui o trecho de dois desabafos, dois pedidos da alma, por alívio e saúde mental. Talvez seja algo que você tenha vontade de dizer, também pode acontecer
quando escutamos uma música em que o compositor traduz exatamente o que se
passa conosco. Às vezes carregamos malas
abarrotadas de entulhos e objetos desnecessários, que insistimos em levar,
não importando quão longo será o caminho. E depois de muito caminhar, os pés
começam a reclamar, os braços doem e paramos no meio da estrada percebendo que
não se vai muito longe sozinho.
Neste
momento a única saída é admitir e pedir ajuda. Seus familiares estão ocupados
demais, e o restante das pessoas que você conhece parece ter soluções para
tudo! Você só quer alguém que ouça, e não uma receita de bolo.
E
o psicólogo? Fazer
terapia?!
“Imagina,
isso é coisa para louco, eu não preciso de terapia, posso resolver meus problemas sozinho. Você acha que vou contar
minha vida e minhas intimidades a um estranho?”
Este é um discurso típico do
senso comum e ouvido com muita frequência. Embora a procura por profissionais
da psicologia tenha aumentado nos últimos tempos, o índice de rejeição ainda é bastante
alto. A criação de um estigma impede que as pessoas conheçam o verdadeiro
trabalho oferecido por nós profissionais desta área.
Temas como: depressão,
ansiedade, estresse, pânico, transtornos alimentares, disfunções sexuais, entre
outros, são comuns de serem encontrados em matérias de jornais e revistas, em blogs e sites na internet, todavia ressalto com
muita segurança, o quão importante é conscientizar-se acerca do verdadeiro
sentido em fazer terapia. Dentro do ambiente (setting) terapêutico não existe
aquele que apenas escuta e aquele que apenas fala, é uma relação de troca e até
mesmo o silêncio é considerado como parte do processo terapêutico e respeitado
como tal.
Considero de suma importância,
que exista empatia nessa relação. Alguém disposto a estender as mãos a quem o
procura e o ajuda a pensar no que realmente se passa do outro lado da barreira
física. Sem sombra de dúvida a terapia pode ser a chave para a compreensão,
minimização e talvez a cura de conflitos e sofrimentos psíquicos que impedem o
ser humano, de ser feliz. Fazer terapia é mais que tratar compulsões e
transtornos, sua dimensão vai para além das teorias encontradas na
literatura... Poderíamos citar inúmeros benefícios.
Não somos tão autossuficientes,
o quanto pensamos que somos, até mesmo o psicólogo necessita da ajuda de outro
psicólogo. Somos capazes de priorizar
tantas coisas na vida, no entanto, não priorizamos cuidar de nossos sentimentos
e emoções e equilibrá-los e a terapia pode ser um dos caminhos que promoverá a
melhora e o autoconhecimento do ser humano.
"A passagem por uma análise torna o sujeito não apenas mais responsável pelo desejo que o habita, mas também preserva as pessoas que lhe são mais próximas, aquelas que dependem de seu afeto e de sua compreensão - filhos, parceiros, subordinados etc -, de se tornarem objetos das projeções e das passagens ao ato de quem não quer assumir as condições de seu próprio conflito." (pág. 32, Sobre Ética e Psicanálise., Maria Rita Kehl)".
"A passagem por uma análise torna o sujeito não apenas mais responsável pelo desejo que o habita, mas também preserva as pessoas que lhe são mais próximas, aquelas que dependem de seu afeto e de sua compreensão - filhos, parceiros, subordinados etc -, de se tornarem objetos das projeções e das passagens ao ato de quem não quer assumir as condições de seu próprio conflito." (pág. 32, Sobre Ética e Psicanálise., Maria Rita Kehl)".
“Se submeter a terapia é para aqueles que ousam desafiar seus próprios fantasmas!” (sart)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Não dependa de ninguém na sua vida, só de Deus, pois até mesmo sua sombra o abandonará quando você estiver na escuridão.”