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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Quem é sua Sombra?!


Entenda o significado da Sombra na Psicologia Analítica

Sombra, em psicologia analítica, refere-se ao arquétipo que é o nosso ego mais sombrio. É, por assim dizer, a parte animalesca da personalidade humana. Para Carl Gustav Jung, esse arquétipo foi herdado das formas inferiores de vida através da longa evolução que levou ao ser humano. A sombra contém todas aquelas atividades e desejos que podem ser considerados imorais e violentos, aqueles que a sociedade, e até nós mesmos, não podemos aceitar. Ela nos leva a nos comportarmos de uma forma que normalmente não nos permitiríamos. E, quando isso ocorre, geralmente insistimos em afirmar que fomos acometidos por algo que estava além do nosso controle. Esse "algo" é a sombra, a parte primitiva da natureza do homem. Mas a sombra exerce também um outro papel, possui um aspecto positivo, uma vez que é responsável pela espontaneidade, pela criatividade, pelo insight e pela emoção profunda, características necessárias ao pleno desenvolvimento humano. Devemos tornar a nossa sombra mais clara possível. Procurando um trabalho partindo do interior para o exterior. A sombra é freqüentemente projetada em outra pessoa, que aparece ao indivíduo como negativa.

Reintegrar a sombra pessoal

“Até aos trinta anos, passamos a maior parte do nosso tempo decidindo quais os aspectos de nós próprios que vamos lançar para o nosso saco dos desperdícios; depois passamos o resto da nossa vida a tentar retirá-los dele.”
Robert Bly

SOMBRAS: Na realidade esse conceito é uma metáfora, introduzida por Jung, para descrever o material pessoal que, inconscientemente, temos rejeitado, relegado e enviado para o inconsciente pelo temor a não sermos aceitos, reconhecidos, queridos… pelas pessoas que desempenharam um papel determinante na nossa vida e na nossa educação.
  
DESCOBERTA DA SOMBRA PARA JUNG: TIVE UM SONHO QUE ME ASSUSTOU E ME ANIMOU AO MESMO TEMPO. ERA DE NOITE, E ENCONTRAVA-ME NUM LUGAR DESCONHECIDO. AVANÇAVA COM DIFICULDADE CONTRA UM VENTO FORTE. UMA DENSA BRUMA COBRIA TUDO. NAS MINHAS MÃOS EM FORMA DE TAÇA, TINHA UMA DÉBIL LUZ QUE AMEAÇAVA EXTINGUIR-SE A TODO O MOMENTO. A MINHA VIDA DEPENDIA DESSA DÉBIL LUZ,QUE EU PROTEGIA PRECIOSAMENTE. DE REPENTE, TIVE A IMPRESSÃO DE QUE ALGO AVANÇAVA ATRAS DE  MIM. OLHEI PARA TRAS E APERCEBI-ME DA FORMA GIGANTESCA DE UM SER QUE ME SEGUIA. MAS AO MESMO TEMPO ESTAVA CONSCIENTE DE QUE, APESAR DO MEU TERROR, DEVIA PROTEGER A MINHA LUZ ATRAVES DAS TREVAS E CONTRA O VENTO. AO ACORDAR DEI-ME CONTA QUE A FORMA MONSTRUOSA ERA A MINHA SOMBRA, FORMADA PELA PEQUENA CHAMA QUE  TINHA ACESO NO MEIO DA TEMPESTADE. SABIA TAMBÉM QUE AQUELA FRAGIL LUZ ERA A MINHA CONSCIENCIA, A ÚNICA QUE POSSUIA. CONFRONTADA COM O PODER DAS TREVAS, ERA UMA LUZ, A MINHA ÚNICA LUZ (RECUERDOS, SUEÑOS E PENSAMIENTOS)

Para conseguir a aprovação dos outros, rejeitamos o que nós acreditávamos não ser aceitável para eles que, por esta razão se converteu em rejeitável para nós próprios. Esse não aceitável tanto pode ser positivo como negativo.

Em contraste com a sombra, que é o ocultamos, a “persona” ou a máscara, é o público, o que mostramos ante o mundo. Aferramo-nos à máscara porque acreditamos que é o mais valioso que possuímos. “Quanto mais brilha a nossa máscara, mais escura é a nossa sombra”.

Quanto maior for a distancia entre a imagem do que queremos ser e o que na verdade somos, mais nos invadirá a ansiedade, por temor a que outros calem o nosso ser.

A sombra produz-nos medo, porque se aparece, ameaça a nossa imagem aceitável. Tanto mais ameaçar-nos-à quanto mais tenhamos lutado por conseguir uma imagem ideal de nós próprios. O que não queremos ser contém precisamente aquilo que nos faz ser completos.

Por debaixo da sombra há sempre medos, vários medos: ao querer sobreviver ao meio em que cada um de nós está, tememos ser objeto de exclusão social ou familiar. Esse medo quer seja real ou imaginário, apresenta diversas modalidades: medo de perder o afeto dos pais ou dos mais chegados, medo de ficar sozinho, medo do ridículo, medo de não ser correto ou normal, medo de ter vergonha, etc. “A máscara não conhece a sua sombra”.

Ninguém pode escolher o ter ou não ter uma sombra. A necessidade de construir um eu social gera necessariamente a formação da sombra. Portanto, o problema não é a formação da sombra, que é inevitável, mas sim que nos façamos conscientes dela. Por isso o caminho de cura é o da sua integração para unificar o nosso ser, e ser um eu total.

O complicado é percebermos a Sombra. Como toda boa sombra, ela sempre fica atrás de nós (se estamos olhando para a fonte de Luz) e dificilmente a vemos chegando. Também, se está escuro, não vemos a sombra. E geralmente só percebemos a Sombra porque ela está projetada em algo.

Projeção aqui é o conceito chave para compreender tudo isso. Basicamente, tudo o que nos é inconsciente (e a Sombra se inclui nisso, por motivos óbvios) só nos é percebido quando é projetado. E o que isso quer dizer? Basicamente que quando eu olho para algo e eu reconheço que isso é diferente de mim, eu estou projetando nela a minha sombra; principalmente se além de reconhecer a diferença eu coloco repulsa ou algo que me separe ainda mais disso.

Como a Sombra reúne tudo o que reconheço (inconscientemente, a princípio) como sendo não-Eu, basicamente tudo o que vejo como não-eu no mundo se torna projeção da minha sombra. Em outras palavras, quando eu vejo isso, eu estou vendo no outro o que reconheço como sendo não-eu em mim mesmo.

O mecanismo pode parecer um pouco complicado, mas basicamente funciona assim: como não reconheço determinada característica em mim, então eu reprimo isso, que fica inconsciente. Mas isso não fica esquecido, mas sim jogado no mundo, no outro, que é visto como portando isso que não reconheço em mim, que é minha sombra. Eu posso conscientizar isso, mas não internalizo como sendo eu.

Sombra!? Um bom exemplo disso, e um exemplo bem banal: José é um cara preguiçoso, mas ele não quer reconhecer isso. A preguiça nele é reconhecida como sendo um não-eu, já que ele não reconhece para si nem para os outros que ele é preguiçoso. Ele então pede a Pedro que está sentado ao seu lado para fazer o favor de alcançar uma pasta que está na outra mesa. Pedro lamenta e diz que não pode e que o próprio José poderia pegar a pasta, já que a distância é a mesma. José então fica indignado e chama Pedro de preguiçoso porque ele foi incapaz de se levantar para pegar a pasta. O engraçado é que o próprio José também foi incapaz de levantar para pegar a pasta, o que o torna, segundo seus próprios critérios, um preguiçoso. Mas como a preguiça no José faz parte de sua Sombra, ele não reconhece como sendo de si mesmo, mas sim projetado no outro e como sendo o outro.

Na nossa Sombra, geralmente colocamos os nossos defeitos, nossas culpas, vergonhas, coisas ruins que são socialmente ou pessoalmente reprovados ou qualquer coisa que nos é reprimida. Colocamos também tudo aquilo que nos foi proibido por culpa ou vergonha, quando estávamos cantarolando e criando e então disseram para nos calar. Só que isso não é ruim!

É importante perceber que nossa “psique” (personificação da alma), é como a natureza: ela não é moral. Qualidades e defeitos são valores conscientes que damos as nossas  características. Raiva, por exemplo, pode ser visto como defeito, mas pode ser uma qualidade para quem sabe canalizar esse sentimento de forma proveitosa. Se não sabemos e nos ensinam (ou aprendemos) que devemos reprimir isso e/ou negar determinado sentimento/desejo/pensamento, ele acaba virando sombra.

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“Não dependa de ninguém na sua vida, só de Deus, pois até mesmo sua sombra o abandonará quando você estiver na escuridão.”

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