NORMOSE - A Doença de Ser Normal
Alguém às vezes já se pegou perguntando se é mesmo normal? Se o mundo é normal? Afinal, o que é ser normal? É seguir todas as regras? Fazer tudo que se espera de nós? Por mais que essa pergunta pareça uma dúvida sem sentido, descobri , ao ler uma matéria sobre a “doença de ser normal”, que a pergunta não é tão sem propósito. E esse mal leva o nome de Normose, uma obsessão doentia por ser normal. Às vezes a normalidade nos assombra quando a olhamos de uma certa distância.
A
Normose é definida como um conceito de filosofia para se referir a normas,
crenças e valores sociais que causam angústias e podem ser fatais. Em outras
palavras "comportamentos normais de uma sociedade, que causam sofrimento e
morte". Dessa forma os indivíduos que estão em perfeito acordo com a
normalidade e fazem aquilo que é socialmente esperado acabam sofrendo, ficando
doentes ou morrendo por conta das normoses.
O
conceito surgiu com o encontro do psicólogo e antropólogo brasileiro Roberto
Crema, do filósofo, psicólogo e teólogo francês Jean-Ives Leloup, e também de
outro psicólogo francês, Pierre Weil, na década de 1980. Do encontro dos três
nasceu uma parceria e o livro Normose: A Patologia da Normalidade.
O texto
abaixo, do Professor Hermógenes, traduz a realidade do fanatismo em querer ser
“normal” para ser aceito no grupo de convívio e na sociedade.
Todo
mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente
fácil de alcançar. O sujeito 'normal' é magro, alegre, belo, sociável, e
bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de
forma alguma que está passando por algum problema. Quem não se 'normaliza',
quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo.
A
angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes
do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a
ser feita é: quem espera o quê de nós?
Quem
são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder
sobre nossas vidas? Eles não existem!
Nenhum
João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem
nos exige é uma coletividade abstrata que ganha 'presença' através de modelos
de comportamento amplamente divulgados.
Só
que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá
quem for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo.
Ela
estimula a inveja, a auto depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa.
Você
precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar
quantos quilos até o verão chegar?
Não
é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências
fictícias.
Um pouco de
autoestima basta
Pense
nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras
bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram
com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu 'normal' e jogaram
fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante.
O normal de
cada um tem que ser original.
Não
adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros.
É
fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu
simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e
emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera.
Se
parecem sofrer, é porque estão sofrendo.
Por
isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e
mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.
Prof.
Hermógenes em "Normose"
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“Não dependa de ninguém na sua vida, só de Deus, pois até mesmo sua sombra o abandonará quando você estiver na escuridão.”