É com frequência que recebo em meu consultório pacientes que se queixam dos seus relacionamentos porque estes invariavelmente não dão certo. Geralmente os/as pacientes chegam tristes, sentindo-se frustrados/as e insatisfeitos/as porque carregam boa dose de culpa acreditando serem eles/as próprios/as, causadores das discórdias, brigas, discussões e infelicidade geradas no relacionamento.
É muito comum ouvir queixas e indagações, tais como:
Por que não me acerto com ninguém?
O que será que há de errado comigo?
Toda vez que inicio um relacionamento, algo dá errado e terminamos!
Sinto que o relacionamento está indo de mal a pior, mas insisto em continuar!
Porque não consigo terminar o relacionamento, se ele só me faz sofrer?
Por que sempre saio de um relacionamento destrutivo, para entrar em outro pior?
Porque permito que o outro me desvalorize, me humilhe e me trate com estupidez, agressividade e egoísmo, e ainda assim, continuo mantendo essa relação?
Será que sou eu que atraio pessoas destrutivas para a minha vida?
Por que tenho tanta dificuldade de me entregar, confiar e me deixar envolver com outra pessoa?
Por que tenho medo de me apaixonar?
Dos variados problemas que afetam a vida conjugal, destaca-se, neste artigo, a precariedade do vínculo afetivo. Ele nasce na formação da personalidade, na infância. Caso a pessoa não tenha formado um grau satisfatório de vínculo, encontrará dificuldades posteriormente nas relações que mantiver. Por força do encanto exercido no período de namoro entre duas pessoas, vários comportamentos ficam ocultos. Na rotina do relacionamento eles emergem, incluindo a dificuldade de manter o vínculo afetivo, causando a Síndrome do Comportamento de Hospedagem. Ela vai distanciando o casal através de comportamentos independentes ao extremo. A pessoa exerce os papéis cotidianos normalmente, todavia, demonstra frieza e comporta-se como um hóspede dentro de casa.
Neste caso, especificamente, a precariedade vincular é a causadora deste comportamento, visto ser difícil para o seu portador manter um contato afetivo que ele próprio não pode oferecer. A tendência da síndrome é gerar um conflito pessoal e, conseqüentemente, no casal, que pode acabar se separando. A conversa conjugal é capaz de abrir a primeira porta para a identificação desta síndrome, bem como, buscar ajuda especializada, objetivando a melhora pessoal e uma vida conjugal qualitativa com psicoterapia.
Quando as dificuldades no relacionamento humano são percebidas, um termo usual para definir estas circunstâncias é a “incompatibilidade de gênios”. Segundo Michaelis (2000) o termo incompatibilidade quer dizer: Qualidade de incompatível, que, a seu turno é: Que não pode existir juntamente com outro ou outrem. Ainda, que não pode harmonizar-se. E, gênio, significa: Espírito benigno ou maligno que acompanha a pessoa desde o nascimento até a morte. Ou, modo de ser de cada pessoa.
Muitos tentam explicar a causa de seus relacionamentos amorosos desafortunados ao binômio sorte e azar atribuindo desta forma sua origem a um fator casualístico e não casualístico. Ignoram, portanto, a lei da causalidade, isto é, de que tudo na vida segue o princípio de causa e efeito. Por outro lado, no meu entender, um relacionamento amoroso é satisfatório quando há uma reciprocidade de afeto, interesses, compromisso e alegria na existência do outro. Em outras palavras, aqueles que têm um bom relacionamento amoroso se sentem alegres e reconfortados de terem um parceiro(a) em quem podem confiar bem como compartilhar a sua vida.
Desta forma, é preciso sair da superficialidade e irmos mais a fundo para entendermos o que infelicita as pessoas nos seus relacionamentos amorosos. Eu costumo esclarecer meus pacientes que os relacionamentos humanos existem para propiciar mudanças internas, ou seja, mudar os padrões de pensamento, os sentimentos e as atitudes inadequados e que o sofrimento é fruto do quanto teimamos em não aprender as nossas respectivas lições, ou seja, em não querermos enxergar aquilo que precisamos transformar internamente.
Uma dica que pode ajudar a acontecer a transformação interna que precisamos é:
Uma dica que pode ajudar a acontecer a transformação interna que precisamos é:
Ame à você mesmo da mesma maneira que você quer que outros te amem. O mais importante relacionamento amoroso de toda a nossa vida é aquele que temos conosco. Raramente damos a atenção ao que realmente interessa: nós mesmos. Qualquer relacionamento que temos em nossa vida, tais como: no trabalho, com os filhos, irmãos, amigos, etc é apenas um reflexo, de como tratamos a nós mesmos. Por esta razão (e também porque é bom), trate-se com respeito, com carinho...Respeite seus limites, cuide de sua aparência e do seu corpo, usufrua das belas coisas que a natureza te oferece, valorize sua imagem, seu corpo, suas conquistas e se trate como um adulto amoroso e tolerante...Tenha paciência consigo, não valorize teorias que não tem fundamento, que são frutos da sua imaginação ou fantasias da sua cabeça. Procure ter atitudes e pensamentos edificantes e substitua qualquer pensamento, hábito ou comportamento que te cause desconforto. Use a inteligência que Deus te deu, a seu favor e não contra você.
Exercitando tais mudanças e sendo mais vigilante com suas atitudes e hábitos, aos poucos irá perceber a transformação que há muito estava aprisionada dentro de ti.
Acredite, tudo o que você quer, você pode!
Falta-nos o amor-próprio suficiente para nos não importarmos com o desprezo dos outros.
O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
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“Não dependa de ninguém na sua vida, só de Deus, pois até mesmo sua sombra o abandonará quando você estiver na escuridão.”