Saiba o que psicólogos avaliam sobre o tema e como esse período longe do parceiro pode ser fundamental para salvar (ou não!) a sua relação.
A relação esfriou. O
entusiasmo de encontrar o outro já não é mais o mesmo. A vontade de conversar
diminuiu. A paixão - motor para a relação existir - está na berlinda.
O parceiro que sente o
desejo de ir embora entra numa tempestade de dúvidas. Por sua vez, o outro - que
não vê problemas na relação acredita que está tudo na mais perfeita ordem -
sofre com essa montanha russa emocional.
Brigas constantes
surgem porque as expectativas não se cruzam mais. Você já deve ter conhecido
alguém que vivenciou uma situação assim, ou até mesmo já passou por isso... é a
prova viva! E nesse caso, o que resta, então? Será que dar um tempo é, de fato,
a melhor alternativa?
"Isso acontece,
geralmente, quando a relação está desgastada e o casal não se entende, mas ao
mesmo tempo não tem certeza se deseja terminar. E situações que podem levar a
isso são típicas. Entre elas, quando um dos parceiros quer oficializar a
relação, transformar o namoro em casamento, por exemplo, e o outro está
inseguro. Aí acabam se separando para decidir o que fazer",
explica a psicoterapeuta e psicóloga clínica pela USP, Triana Portal.
Ela entende que um
tempo pode ser positivo, se bem conduzido e bem usado. É um período curto, mas
suficiente, para resolver as pendências emocionais. No entanto, esse tempo deve
acontecer em relações novas e menos sólidas como namoros. Isso porque, em
relações mais maduras como casamentos, sobretudo quando há filhos, o ideal é
que ambos enfrentem juntos os altos e baixos da vida a dois, mesmo
que tenham de recorrer a um terapeuta de casais para ajudá-los.
Para a doutora em
psicologia do Desenvolvimento Humano pela USP, Cristiane Pertusi, pedir um tempo
é uma atitude muito arriscada, apesar de necessária em alguns casos.
Uma vez que você pede um tempo, analisa a especialista, é bem comum que o outro
comece a fazer um movimento que a doutora chama de "desinvestimento libidinal" [baixa libido] do relacionamento e
do par.
No entanto, esse pedido
de "dar um tempo" não pode
ser conveniente porque aí é que está o grande erro. "Ficar longe do parceiro por um período
apenas por conveniência é o que mais existe nas relações e significa apenas
adiar um problema. Entretanto, este pedido de "dar um tempo" pode ser
funcional e positivo quando for um desejo comum do casal e ambos concordarem
com esta necessidade", avalia Cristiane.
Além disso, regras devem ser estipuladas para o tempo
na relação. Até porque raramente o tempo é dado de comum acordo. Na maioria
das vezes há sempre um parceiro que aceita - embora contrariado. Desta forma, o
mínimo que se deve ter neste caso é manter o respeito durante a distância.
"Isso deve ser um acordo, um combinado entre as partes, não dá para
simplesmente deixar a coisa sem rumo e os parceiros desnorteados. Fidelidade
deve ser considerada como parte do trato, afinal, o tempo é para avaliar a relação e os sentimentos. Não para testar
outras experiências", avalia Triana Portal.
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