“Misteriosa, inexplicável, imprevisível. Exige tratamento cuidadoso e atenção contínua. Enfim, diria Freud, uma doença que traduz a difícil natureza feminina”.
Endometriose é a existência de endométrio em outras partes do corpo - como ovários, tubas (ou trompas), parte externa e parede do útero, bexiga, peritônio (revestimento interno do abdômen), diafragma, intestino delgado e reto. E podem surgir vários focos. A cada menstruação haverá sangramento onde existir endométrio.
O nome endometriose vem do endométrio, o tecido que reveste internamente o útero, onde ficam os óvulos fecundados. Quando não há fecundação, esse tecido é eliminado pela menstruação.
A dificuldade de engravidar, as cólicas menstruais absurdas, as dores terríveis na região pélvica durante o sexo, além da ardência ao urinar são alguns dos sintomas da doença. "Muitas mulheres nem sabem que têm a doença. Os sintomas podem surgir isoladamente, associados ou nem existir", alerta o ginecologista Luiz Carlos dos Santos.
Perfil psicológico da mulher com endometriose – por Dr. Paulo Guimarães
"Num
estudo multicêntrico, observou-se um perfil com característica comuns nas
mulheres portadoras de Endometriose independente dos estágios": iniciais ou avançados.
São de perfil egocêntrico, perfeccionistas, apresentam uma cobrança pessoal de sucesso, competência, e exigência de resultados. São pilares de suas famílias ou de seus núcleos de relacionamentos, são como para-raios de problemas que assumem para si, sofrimentos, preocupações em resolver problemas de seus amigos, irmãos, pais, filhos, até marido e namorados.
São exigentes em seus relacionamentos em qualidade e, impulsionam seus parceiros ao sucesso o que nem sempre atingem o esperado trazendo frustração e acumulando decepções.
São pessoas de perfil estressados, ansiosas, se angustiam em qualquer situação que dependam de terceiros. Podem possuir relação familiar instável onde muitas vezes a figura paterna é ausente ou fragilizada por situações de desemprego, alcoolismos e falta de ambição e determinação paterna.
Quadro este, que colore com mais sombras as questões de tratamento que as tornam exigentes com resultados e frustrações de difíceis gerenciamentos, necessitando de apoio psicoterápico ou mesmo de acompanhamentos especializados da Clinica de Dor."
(O Dr. Paulo Guimarães fundador da Gynelaser – Núcleo de Ginecologia Avançada, idealizada e dirigida por ele, desde 1991 na cidade de Goiânia/GO. A Gynelaser, tem o compromisso de buscar tecnologia acessível na ginecologia de ponta e criar acessibilidade tanto para transmitir conhecimento aos médicos que participam de cursos especializados, como beneficiar a mulher com métodos de alta resolutividade. Hoje responsável por mais de 4.500 médicos brasileiros e estrangeiros que participaram de seus cursos de atualização e treinamento nas cidades de Brasília, Goiânia, Rio de Janeiro, Londrina, Campinas(SP), Manaus e Fortaleza. Dr. Paulo Guimarães, formado há mais de 32 anos, dedica-se a ginecologia moderna impregnando a Gynelaser do perfil de alta tecnologia e acessibilidade. Nesta busca incessante de amplificar suas esferas de atendimentos altamente qualificados, em suas quase duas décadas de existência, foram criados núcleos de tratamento especializado para investigar e tratar doenças de abordagem multidisciplinar como: Dor pélvica crônica e Endometriose, Miomas uterinos,
Sangramentos uterinos anormais,
HPV, Estética Genital Feminina & Cosmetoginecologia).
Fatores sociais / culturais referente a Endometriose
Dizem
que é “doença moderna”, mas foi descrita em 1921, pela primeira vez. A
modernidade deve-se ao fato de que hoje as mulheres tendem a adiar a gravidez,
têm menor número de gestações e mais estresse.
Há quatro anos aparece no Medline, maior fonte de pesquisa médica na internet, como a doença ginecológica mais pesquisada no mundo, com o maior número de trabalhos científicos publicados.
O
mercado mundial da endometriose foi de aproximadamente US$ 895 milhões em 2004.
A taxa de crescimento anual deste mercado é estimada em 2,9%. Assim, em 2010 o
mercado da endometriose chegou a US$ 1 bilhão.
Endometriose
acomete mulheres com “nível alto de escolaridade”. Estudo feito no Hospital das
Clínicas de São Paulo mostrou que 56% das pacientes tinham segundo grau ou nível superior completo. Pacientes
de serviço público. Este dado corrobora a teoria do
estresse.
Epidemiologia
10
a 15% das mulheres em idade reprodutiva (enquanto há menstruação: dos 12 aos 45
+/-) sofrem de endometriose;
30
a 50% das mulheres que têm endometriose são inférteis;
40
a 50% das mulheres que fazem tratamento para engravidar têm endometriose.
Especialistas
concordam que cerca de 50% das adolescentes que sofrem cólicas incapacitantes
têm endometriose, que acaba sendo tratada sintomaticamente com anti-inflamatórios
e pílula anticoncepcional, mascarando e retardando o diagnóstico.
Segundo
estudo epidemiológico, 75% das portadoras de endometriose são mulheres brancas.
Endrometriose - Causas
Sobre as causas da endometriose, existem várias teorias, mas nenhuma é aceita como definitiva. A primeira, de Sampson, que falava da “menstruação retrógrada” – pedacinhos de endométrio provindos do refluxo menstrual – já não é aceita pela comunidade médica como única teoria, pois os tais núcleos de endometriose podem ocasionalmente ser encontrados, eventualmente, no cérebro, no pulmão e no septo nasal (haja refluxo!). A doença está associada a um desequilíbrio hormonal – estrógeno demais, progesterona de menos. O estrógeno alimenta o foco de endometriose.
O estresse é o mais aceito entre os
fatores causais da doença: uma grande porcentagem das mulheres portadoras
de endometriose apresenta sintomas de estresse emocional (daí o conceito de
doença moderna, pois a mulher hoje está mais exposta às variáveis do estresse).
Importante lembrar que o estresse
também está relacionado aos fatores imunológicos: quanto
maior o estresse, menor a imunidade.
Fator imunológico é outro grande suspeito de culpa: mulheres que possuem focos de endometriose podem apresentar deficiências imunológicas concomitantes: fibromialgia e lúpus, por exemplo. O hipotiroidismo mais endometriose pode acometer até 40% das mulheres portadoras da doença.
Outra razão que sustenta a teoria do fator imunológico: as mulheres com endometriose têm células de defesa (macrófagos) não funcionantes (células do sistema imune que “comem” organismos invasores). Eles deveriam fagocitar (destruir ou absorver) os núcleos estranhos de endométrio.
Teoria do fator genético: história
familiar de endometriose. A tia, a irmã, a mãe – alguma mulher da família teve
ou tem a doença.
FIQUE ATENTA - Características e Sintomas
Dores: os focos de
endométrio inflamam e menstruam todos os meses. As dores podem chegar ao ponto
do insuportável. No entanto, tem muita endometriose
que não dói. O que agrava o problema do diagnóstico tardio.
Sintomas sugestivos de endometriose: cólicas fortes,
dores durante as relações sexuais (na profundidade), alterações urinárias (dor
para urinar ou presença de sangue na urina) e alterações intestinais na época
da menstruação (dor para evacuar, presença de sangue nas fezes, intestino
solto);
De acordo com a localização dos focos
de endométrio no corpo feminino, observam-se diferentes tipos de
endometriose, com sintomas e prejuízos diferentes, exigindo tratamentos
diferentes:
As do peritônio
(tecido
que reveste os órgãos internos): respondem melhor ao tratamento medicamentoso.
Boa parte dos focos de endometriose pode ser encontrada nessa região, incluindo
ovários, tubas uterinas, saco de Douglas
(região atrás do útero), diafragma.
(A
escavação reto uterina, bolsa de Douglas
ou fundo de saco de Douglas é uma
extensão da cavidade peritoneal localizada posteriormente ao útero. Separa a
parte supravaginal do colo do útero e o corpo do útero do colo sigmoide e do
reto).
As de ovários: levam à
formação de cistos, provocam intensa dor pélvica, respondem melhor ao
tratamento cirúrgico + medicamentoso.
As profundas: no
intestino, na bexiga (cerca 15% dos casos). Muita dor, problemas intestinais,
respondem mal ao tratamento medicamentoso. Às vezes é preciso retirar um pedaço
do intestino.
As “muito loucas”: focos de
endométrio que aparecem em locais atípicos: no
pulmão, no cérebro, no septo nasal. (Menos de 5% dos focos são
encontrados em locais tão imprevisíveis).
Fontes pesquisadas: