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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Sofrer para manter a relação!?

Com tantas mudanças no âmbito das relações amorosas, poderíamos até supor que a conjugação amar e sofrer seria um capítulo ultrapassado, páginas amareladas de um tempo distante. Mas a realidade é outra. Independente dos rumos que a vida pós-moderna tenha tomado, a realidade com a qual tratamos as nossas questões amorosas, como cada um sente, interpreta e vivencia, é antes traçada de acordo com a própria subjetividade. Se para uns sofrer em uma relação amorosa não condiz com o seu script subjetivo, para outros, essa experiência é atemporal

Paixão Patológica e Amor patológico


Desde o século XII, na cultura ocidental, o discurso do amor sempre esteve associado à dor, ao sofrimento e à promessa de felicidade. O que faz com que esse tema, ainda hoje, esteja presente na literatura, nos filmes e nas novelas?
Longe de ser tema só das ficções, sofrer em uma relação marcadamente infeliz é algo muito comum. E o que talvez justifique as produções artísticas é que a paixão tem estrutura de ficção, é uma construção da fantasia e, portanto, atemporal.


Na fase da paixão, o que vemos é a pessoa desejada transformada em alguém perfeito e “sob medida”. Com o tempo, esse “delírio” tende a acabar e o que aparece é o outro como ele é, com qualidades e defeitos. Já as relações que crescem para o amor, no entanto, ultrapassam o “delírio” da completude para aceitar os defeitos, erros e as fraquezas do outro. Diferente da paixão, o amor não visa o outro como objeto, mas como ser.
Mas existem as relações que se mantêm no registro da paixão – palavra que vem do latim “passionis" e significa passividade, sofrimento intenso e prolongado, afeto violento. São relações que não saíram do registro imaginário. A marca da ambivalência entre amor e ódio oscila como em um pêndulo.

O amor como paixão imaginária tem a peculiaridade de ser um amor que deseja ser amado. O que é visado nesse “amor” é o aprisionamento do outro. O que é buscado já está traçado em uma espécie de roteiro imaginário no qual o outro tem a obrigação de corresponder. É um jogo inconsciente em que, para um ficar em uma posição idealizada, precisa manter o outro, que também se mantém em uma posição de carência.


O jogo está montado. Como é impossível que algo dessa ordem se sustente, entra em cena, então, o sofrimento. Não um sofrimento que termina por se resolver, mas que tem como característica não ter solução e, portanto, não ter fim. “Sofro pra te fazer interessante” – é a posição do que sofre para, através do sofrimento, manter a relação. Talvez se o sofrimento cessasse, a relação terminaria. É o sofrimento que mantém o interesse, o que caracteriza uma maneira destrutiva de se relacionar. A busca de mudar o outro se torna devocional.

Por não conseguir renunciar a dor emocional, viver sem esse relacionamento é sentido como morte. O sofrimento é a energia investida em uma espécie de obsessão, em uma teimosia cega, que topa pagar qualquer preço, exceto o preço de uma separação. Ás vezes é até possível que não seja uma separação de fato, mas uma separação interna, subjetiva.




     







    


    









quinta-feira, 19 de junho de 2014

O Sentido da Vida...O propósito e significado da existência humana!


O sentido da vida constitui um questionamento filosófico acerca do propósito e significado da existência humana. Segundo filósofo Friedrich Tiedemann, ela demarca então a "interpretação do relacionamento entre o ser humano e seu mundo".





Há uma quantidade inumerável de possíveis respostas para "o sentido da vida", frequentemente relacionadas a convicções religiosas ou filosóficas. Opiniões sobre o sentido da vida podem por si próprias se distinguir de pessoa para pessoa, bem como, variar no decorrer da vida de cada ser humano. No entanto, de uma forma mais ampla, não existe consenso sobre tal.

Respostas da filosofia
As opiniões em relação ao sentido da vida, que foram expressadas na história da filosofia, podem ser consideradas representativas como respostas não-religiosas. Algumas das respostas expostas no decorrer do tempo sobre tal questionamento serão introduzidas a seguir.

O sentido da vida na filosofia antiga consiste principalmente da aquisição da felicidade (eudaimonia). Esta era comumente considerada a característica mais elevada e mais desejada. Neste contexto, as diferenças entre as escolas filosóficas resultam das diferentes concepções sobre a felicidade e como cada qual acreditava que ela pudesse ser atingida.


Após Platão, a alma imortal humana consistia de três partes: a razão, a coragem e os instintos. Apenas se essas três partes estivessem em equilíbrio e não se contradizessem mutuamente, o ser humano poderia ser feliz.



Aristóteles, filósofo da grécia antiga, não julgava a felicidade como uma condição estática, mas sim uma constante ativa da alma. A felicidade humana perfeita só poderia ser encontrada na contemplação da vida (bios theoretikos), isto é, no filósofo e/ou no pesquisador científico.


O estoicismo derrubou a virtude em posição da felicidade. Só aqueles que vivem em uníssono com a ordem do cosmo, livre de emoções, desejos e paixões e seja indiferentemente perante ao próprio destino, alcançaria o estado final "apatia". Esta insensibilidade perante os acontecimentos da vida, a "paz estóica", significava a verdadeira felicidade.




Por outro lado para Epícuro, o sentido da vida jaz no desejo. Condições prévias de felicidade eram a superação do medo e da dor. Recomendava-se ainda a isolação da vida pública resguardando-se apenas a um pequeno círculo de amigos.


A Idade Média foi finalmente o tempo no qual o

Cristianismo dominou na Europa, detendo o monopólio de todo o sentido oferecido àquele tempo. Na Baixa Idade Média, a ênfase do sentido transferiu-se do pessoal ao coletivo, na sucessão pessoal de Cristo e a união mística com Deus que já havia sido procurada. Assim, com a declaração da vida eterna, o significado da vida na visão da Idade Média estava na máxima e eterna comunhão com Deus.

Respostas das religiões
As diferentes religiões dão diferentes respostas para a questão sobre o sentido da vida. As seções abaixo descrevem sucintamente a visão de cada religião.

Budismo
O SENTIDO DA VIDA

Uma análise de questões existenciais de responsabilidade, propósito e sentido da vida sob a ótica budista. O Dalai Lama mostra que muitos aspectos do sofrimento estão ligados a um entendimento errôneo da natureza essencial de cada ser humano. Por meio de perguntas-e-respostas, mostra como é possível enfrentar a doença, ajudar um amigo moribundo e aumentar nossa capacidade de sentir amor por todos os seres, entre outros temas.

No Budismo, é dito claramente que o objetivo da vida para todos os seres humanos é único. Sofremos (também) por causa das paixões mundanas, mas a causa maior de todo o nosso sofrimento é por não saber o que ocorrerá após a morte. Resolvida essa questão, pode-se atingir a Felicidade Absoluta, que não depende de fatores externos para existir (a maioria dos seres humanos só conhece felicidades relativas, que somente existem por comparação. Por exemplo: "eu sou feliz porque tenho mais dinheiro que fulano, ou porque tenho mais dinheiro agora do que antes"). Tal Felicidade Absoluta é, de fato, o verdadeiro objetivo da vida (quaisquer outros supostos objetivos - sucesso, dinheiro, diversão, etc. - são, na verdade, metas, mas não o objetivo final). Esse objetivo precisa ser atingido em vida. Por meio da Lei da Causa e Efeito (um princípio fundamental e imutável do Universo, válido em qualquer lugar e em qualquer época, que diz que: boas ações levam a boas consequências; más ações levam a infelicidades; e somente as ações que uma pessoa comete são responsáveis por todo e qualquer destino que ela tiver), também conhecida como lei cármica, uma pessoa consegue, ao praticar o bem e ouvindo o Budismo, se aproximar da Felicidade Absoluta.1

Hinduísmo
O Hinduísmo abrange diferentes denominações religiosas, sem um ser criador comum ou escritura sagrada universal. As opiniões filosóficas individuais têm conceitos parcialmente diferentes em relação ao ensino da vida, morte e libertação. Os conceitos relacionados ao sentido da vida são da mesma maneira diferentes. Para muitos, significa uma vida após o tradicional "quatro objetivos da vida", isto é, Artha (poder), Kama (desejo), Dharma (harmonia moral) e finalmente como última meta, o Moksha (a libertação). Para os partidários dos ensinamentos de Advaita-Lehre, Moksha significa elevação a "consciência cósmica" no brâmane. Para os defensores do Dvaita-Lehre, o Bhakti possui um estado central, e a libertação significa comunhão eterna e paz com Deus.

Judaísmo
A religião judaica baseia-se nas tradições religiosas de judeus e escolhidas por Deus.

O sentido da vida no Judaísmo consiste na observância das leis divinas, i. e., na reverência perante a Deus e sua vontade. As leis e ordens divinas estão reunidas na Tanakh, além da Talmud e Midrash.

Cristianismo

O Cristianismo fundamenta-se no conjunto de ensinamentos de Jesus de Nazaré. De acordo com a tradição, Ele era o filho de um carpinteiro judeu. Como o filho de Deus e messias, Ele anunciou a vinda de reino de Deus e salvou as pessoas do pecado original com a sua morte na cruz e a sua ressurreição. O sentido da vida no Cristianismo baseia-se na comunhão com Deus na vida, bem como após a morte. Confissão e o arrependimento são pré-requisitos para tal, assim como a libertação dos pecados através de Jesus Cristo, como é descrito na Bíblia.

Cultura Racional
O sentido da vida é se conhecer e saber que é um animal Racional, sofredor e mortal.

Humor e cultura popular
O conceito de a vida possuir um significado é usualmente parodiado na cultura popular:


Em relação aos livros da série O Guia do Mochileiro das Galáxias, o sentido da vida é 42, por esta ser a resposta para a pergunta fundamental sobre a vida, o universo e tudo mais (que foi obtida após um período de sete milhões e meio de anos de processamento de um supercomputador gigante chamado Pensador Profundo, que havia sido construído por uma raça de seres hiperinteligentes).


Monty Python's The Meaning of Life: nesta comédia, sugere-se que não há significado para a vida.

“Neste filme ‘O Sentido da Vida’, dentro da Sessão Monty Python, a trupe de comediantes britânicos satiriza tudo o que é levado ‘muito a sério’ pela sociedade...”







Em Os Simpsons, no final do episódio "Homer, o Herege", o próprio Deus em pessoa fala a Homer qual é o sentido da vida, mas a conversa é interrompida pelos créditos.

O Alquimista e o filme City Slickers apresentam o assunto de maneira similar: o significado da vida é uma jornada individual para encontrar o "caminho" de cada um. Neste contexto, o "caminho", similar ao que é definido no budismo como "4ª verdade nobre", é melhor explicado simplesmente como o modo que a pessoa escolhe conduzir a sua vida.





Referências:


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Amor Patológico, Quando o amor devora e cria a Dependência do Outro!


O amor patológico tem origem na relação da mãe com o filho e em sua disponibilidade para suprir as necessidades emocionais da prole em situações estressantes, principalmente em casos de separação.

A pessoa que experimenta o amor patológico dirige toda a sua atenção à pessoa amada, desdobrando-se em cuidados e gentilezas. Esse comportamento desencadeia uma postura obcecada.




Controle e dependência

"Nossa experiência clínica tem mostrado que a pessoa com amor patológico presta cuidados ao parceiro, mas com o intuito de obter afeto, sem respeitar as necessidades e interesses do outro, muitas vezes com atitude crítica quando não recebe o esperado, contrariamente ao conceito de cooperatividade, que inclui ajuda desinteressada, tolerância e empatia social", diz Eglacy.

O seu estudo mostrou que pessoas que sofrem de amor patológico também têm dificuldade de estipular metas e de se manter focado nelas. "Isso ocorre porque o foco principal de sua vida é manter o parceiro sob controle, porque necessita da sua atenção", diz Eglacy. As principais estratégias utilizadas para controle são ligações telefônicas, seguir o parceiro, interrogar sobre as atividades dele, ser extremamente atencioso para com as necessidades dele e provocar ciúme.

Há quem diga que o medo é a essência desse amor. A pessoa foge da sensação de isolamento tornando-se parte de outra. Alguns estudos mostram que as reações químicas observadas no cérebro daqueles que vivenciam o amor patológico seriam muito parecidas àquelas encontradas em pessoas que sofrem de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), uma alteração de comportamento que faz com que a pessoa tenha pensamentos persistentes de medo e ansiedade. Para aliviar o mal-estar, ela costuma realizar tarefas ou gestos repetitivos, como se desdobrar em cuidados dirigidos à pessoa amada.



Tudo indica que a disponibilidade emocional da mãe em situações estressantes, principalmente separações, é o meio pelo qual a criança aprende a perceber e a se relacionar com o mundo. 
A maioria dos pesquisadores, no entanto, defende que o amor patológico se assemelha à dependência por drogas ou álcool. A pessoa experimenta uma sensação de abstinência quando está longe da pessoa amada, gasta muito tempo e energia em cuidados, abandona atividades para cultivar esse amor, sua dedicação exagerada traz problemas para a pessoa que ama e também para a pessoa amada.



"Embora alguns autores comparem os sintomas do amor patológico aos pensamentos repetitivos do TOC, nossos estudos têm demonstrado que as pessoas com amor patológico apresentam critérios semelhantes à dependência, como cuidar do parceiro mais do que gostaria, as tentativas de diminuir esse comportamento são insatisfatórias e sinais e sintomas de abstinência quando há ameaça de abandono", explica Eglacy. Ela lembra que a alta impulsividade encontrada no amor patológico se assemelha aos demais transtornos do impulso, como jogo patológico, por exemplo.

Descargas biológicas

Para quem sofre de amor patológico, o objeto de desejo torna-se uma prioridade, enquanto os outros interesses ficam em segundo plano. O outro é sempre mais importante. Segundo Eglacy, o estado de exaltação desse amor provocaria fortes descargas de adrenalina, o que pode explicar o estado de constante euforia. As sensações experimentadas por quem vive esse tipo de amor são semelhantes à provocada por altas doses de (*) anfetamina. Isso acontece porque o amor produz sua própria substância, a feniltilamina. Ela também estaria presente no chocolate, o que explica por que algumas pessoas que vivem uma perda gostam de se empanturrar de chocolate.

Um estudo verificou que, independentemente da cultura, a reação cerebral dos apaixonados é a mesma: ao ver fotos do ser amado, se "acendem" algumas partes do núcleo caudado do cérebro, estrutura que regula a sensação de recompensa. São zonas ricas em dopamina, neurotransmissor que age no cérebro promovendo sensação de motivação e prazer, e endorfina, que desperta sensação de bem-estar e euforia. "O fenômeno é semelhante ao que ocorre com dependentes químicos e jogadores patológicos diante da droga de escolha”, exemplifica a psicóloga.

Mas quem sofre mais de amor patológico?
Foram identificadas divergências em várias culturas: na população americana, as mulheres com essas características superaram os homens, e entre os japoneses e russos, as atitudes de amor patológico prevaleceram no sexo masculino.







O problema é que as pessoas que vivem o amor patológico só buscam ajuda profissional quando perdem o parceiro. E quando isso acontece, eles têm em mente mudar algo em seu comportamento para agradar o parceiro na esperança de assim ele voltar. Nesse sentido, os programas de recuperação como DASA (Dependentes de Amor e Sexo Anônimos) e MADA (Mulheres que Amam Demais Anônimas) podem ajudar na superação do problema. Esses grupos de apoio procuram recuperar comportamentos compulsivos e que envolvam a dependência por sexo, relacionamentos românticos, fantasias e anorexia sexual. Os voluntários seguem doze passos, nos mesmos moldes dos Alcoólicos Anônimos, e partem do princípio de que o primeiro passo para a recuperação é reconhecer a origem do seu comportamento desajustado.

Segundo a pesquisa realizada por Eglacy, 22% das pessoas com amor patológico não têm qualquer transtorno psiquiátrico, o que mostra que esse quadro pode surgir isoladamente. Outro achado é o alto risco de suicídio identificado em 28% deles (o que mostra um perfil mais voltado para a auto agressividade do que para a agressão ao sexo oposto). Também houve maior prevalência de depressão e de transtornos ansiosos. Apenas 8% apresentaram TOC. E, ao contrário do que se pensava, não existe uma correlação entre amor patológico e intensidade de amor (amor excessivo), mas sim a persistência num amor que não dá certo e gera sofrimento.

Critérios para diagnóstico de amor patológico





1) SINAIS E SINTOMAS DE ABSTINÊNCIA
Quando o parceiro está distante (física ou emocionalmente) ou perante ameaça de abandono, podem ocorrer: insônia, taquicardia, tensão muscular, alternância de períodos de letargia e intensa atividade.

2) O ATO DE CUIDAR DO PARCEIRO OCORRE EM MAIOR QUANTIDADE DO QUE O INDIVÍDUO GOSTARIA
O indivíduo costuma se queixar de manifestar atenção ao parceiro com maior frequência ou período mais longo do que pretendia de início.

3) ATITUDES PARA REDUZIR OU CONTROLAR O COMPORTAMENTO PATOLÓGICO SÃO MAL SUCEDIDAS
Em geral, já ocorreram tentativas frustradas de diminuir ou interromper a atenção despendida ao companheiro.

4) EXCESSIVO DISPÊNDIO DE TEMPO NO CONTROLE DAS ATIVIDADES DO PARCEIRO
A maior parte da energia e do tempo do indivíduo são gastos com atitudes e pensamentos para manter o parceiro sob controle.

5) ABANDONO DE INTERESSES E ATIVIDADES ANTES VALORIZADOS
Como o indivíduo passa a viver em função dos interesses do parceiro, as atividades propiciadoras da realização pessoal e profissional são relegadas, como cuidado com os filhos, atividades do trabalho e convívio com colegas.

6) O AMOR PATOLÓGICO É MANTIDO, APESAR DOS PROBLEMAS PESSOAIS E FAMILIARES
Mesmo consciente dos danos resultantes desse comportamento para sua qualidade de vida, persiste a queixa de não conseguir controlar tal conduta.















(*) As anfetaminas são drogas estimulantes da atividade do sistema nervoso central, isto é, fazem o cérebro trabalhar mais depressa, deixando as pessoas mais “acesas”, “ligadas” com “menos sono”, “elétricas”, etc. É chamada de rebite principalmente entre os motoristas que precisam dirigir durante várias horas seguidas sem descanso, a fim de cumprir prazos pré-determinados. Também é conhecida como bolinha por estudantes que passam noites inteiras estudando, ou por pessoas que costumam fazer regimes de emagrecimento sem o acompanhamento médico.

Fonte: Amor patológico: um novo transtorno psiquiátrico, de Eglacy Cristina Sophia, Hermano Tavares e Mônica Zilberman


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