Páginas

domingo, 7 de maio de 2017

Levar um fora causa uma dor real

“Efeito placebo também funciona para coração partido, mostra estudo”.

Você está com o coração partido porque acabou de sair de um relacionamento?
Faça algo que você acredita ser útil para aliviar sua dor emocional. Qualquer coisa. De acordo com uma pesquisa recém-publicada, o efeito placebo pode influenciar regiões cerebrais associadas à regulação emocional e, como consequência, diminuir a percepção do sofrimento.




Rompimentos amorosos costumam ser experiências extremamente dolorosas, e funcionam como gatilho para problemas psicológicos e até suicídio. Segundo os autores do estudo, da Universidade de Colorado Boulder, nos Estados Unidos, esse tipo de sofrimento está associado a um risco 20 vezes maior de depressão.


Como há evidências de resultados positivos do placebo para diversas doenças físicas, a equipe decidiu avaliar se a crença em algo que pudesse ajudar a superar um rompimento teria efeito também. Para isso, os pesquisadores selecionaram 40 voluntários que tinham sido rejeitados pelos parceiros até seis meses antes da abordagem.

Os participantes foram convidados a ir ao laboratório levando a foto do ex, ou da ex, e também a de um amigo do mesmo sexo. Enquanto passavam por um exame de ressonância magnética funcional, eles tinham que olhar a foto e contar como tinha sido a separação. Em seguida, tinham que olhar a foto do amigo. Por último, ainda foram submetidos a um estímulo doloroso, um toque quente no antebraço. Em todos os casos, eles tinham que dizer como se sentiam, numa escala de 1 (muito mal) a 5 (muito bem).


A primeira constatação do estudo é que as regiões do cérebro ativadas pela dor física e pela emocional foram as mesmas. Ou seja: levar um fora causa uma dor real.

Em seguida, todos foram convidados a usar um spray nasal. Para metade do grupo, os pesquisadores disseram que era apenas uma solução salina. Já a outra metade ouviu que aquilo era um analgésico poderoso para combater dores emocionais.

De volta à ressonância, os participantes voltaram a ver as fotos dos ex e, de novo, foram submetidos ao estímulo doloroso no braço. O grupo que recebeu o suposto analgésico não apenas sentiu menos dor física, como se sentiu melhor emocionalmente, e a resposta do cérebro se modificou. As áreas envolvidas na modulação de emoções e de substâncias ligadas ao bem-estar tiveram atividade aumentada, enquanto a área associada à dor ficou mais fraca.

O estudo foi financiado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental norte-americano, com apoio adicional da Fundação Nacional de Ciência, na Suíça, e os resultados foram publicados no Journal of Neuroscience.



Suicídio e automutilação: registros entre crianças mais que dobrou nos EUA

O número de crianças e adolescentes atendidos em hospitais infantis por causa de atos ou pensamentos sobre suicídio, bem como automutilação, mais do que dobrou na última década nos Estados Unidos, segundo uma pesquisa apresentada na conferência anual das Sociedades Acadêmicas de Pediatria, em São Francisco.



Naquele país, estudos anteriores já tinham revelado a tendência. Um levantamento divulgado no ano passado mostrou que a taxa de mortes por suicídio, na faixa dos 10 aos 14 anos de idade, já tinha superado a de acidentes de trânsito. Mas os novos dados, que incluem ideação suicida e mutilação, expõem a base do iceberg.


A atual pesquisa incluiu dados de 32 hospitais infantis norte-americanos de diferentes partes do país, relativos ao período entre 2008 e 2015, e jovens de 5 a 17 anos. Os pesquisadores encontraram 118.363 registros de atos ou ideação suicida e automutilação no período estudado. A proporção de ocorrências desse tipo, em relação às gerais, passou de 0,67%, em 2008, para 1,79, em 2015.


Mais da metade dos pacientes com pensamentos ou atos suicidas tinham de 15 a 17 anos de idade, enquanto 36,9% tinham de 12 a 14 anos. O dado que mais choca é que 12,7% dos registros referem-se a crianças de 5 a 11 anos.

O aumento mais significativo em relação aos dados anteriores foi observado na faixa de 15 a 17 anos: a variação foi de 0,27 ponto percentual. A primavera e o outono foram as estações com maior número de casos. E o verão, a que teve menos registros.


No Brasil, segundo reportagem recente da BBC Brasil, a taxa de suicídio entre jovens de 15 a 29 anos aumentou 27,2%. A informação foi revelada no Mapa da Violência 2017, feito a partir de dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.  Faz sentido que episódios como o da “Baleia Azul” causem preocupação. A saúde mental de crianças e adolescentes precisa ser levada a sério.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...