Através
dos avanços da ciência moderna, a humanidade passou a acreditar na capacidade
de controlar o desgaste biológico, retardando o envelhecimento e aumentando a
longevidade, almejando a juventude, a beleza e a qualidade de vida. Diante disso, algumas técnicas surgiram para
solucionar esta insatisfação pessoal, entre elas, a cirurgia plástica.
De
acordo com Colaneri, a cirurgia plástica sempre esteve associada à psicologia,
devido às mudanças
psíquicas que ocorrem principalmente relacionadas à autoestima.
Inicialmente esta modalidade médica surgiu como cirurgia reparadora, há relatos
de casos de construção nasal datados da idade média.
Estudiosos
perceberam que através da reparação de deformidades congênitas ou adquiridas, minimizariam as
consequências psicológicas no campo pessoal, afetivo e profissional.
Com o aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas e anestésicas, a cirurgia
plástica passou também a visar o aprimoramento estético, justificado pela
crescente busca do sentimento de auto aceitação e elevação da autoestima.
Em
nosso meio encontramos
pessoas que creem que a beleza é um recurso viável na obtenção de atenção de
seu ambiente social. Este fato pode ser sustentado pela ideia de que
seus parentes, amigos ou companheiros sentirão mais afeto caso sua aparência fique
diferente. Neste caso, teremos uma motivação para cirurgia plástica ligada a
uma possível baixa
na autoestima. Embora em nossa cultura a aparência seja valorizada,
existe um consenso de que além de beleza, competências como habilidades
sociais, simpatia e desenvoltura são relevantes para a manutenção de um bom
relacionamento.
Sentir-se
e estar bem consigo mesmo é uma atitude que necessita de manutenção, avaliação
e cultivo diários. A flutuação no humor, os acontecimentos cotidianos e as
transformações ditadas pelo tempo são responsáveis pelo desequilíbrio do bem-estar.
De
acordo com Ferraz e Serralta (2007), quando a fonte do sentimento de mal-estar
é o corpo, a cirurgia plástica é convocada a resolver “o problema”. É rápida,
em algumas vezes definitiva, e não exige muito investimento e/ou
comprometimento pessoal em seu processo. Em contrapartida, a psicoterapia, pode instrumentalizar o indivíduo
a viver de maneira mais saudável e equilibrada. O processo é um
pouco mais longo, exige motivação e comprometimento pessoal. Contudo,
proporciona transformações no mundo interno, deixando o corpo diferente não em
sua estrutura, mas na maneira como é interpretado.
Segundo
Colaneri, a massificação da mídia e imposição do padrão de beleza vigente tem
também trazido distorções psicológicas. Pessoas que estão insatisfeitos consigo
mesmos e projetam na cirurgia plástica a resolução dos seus problemas,
permanecem insatisfeitos com os resultados obtidos, por melhores que sejam, pois,
a cirurgia
não resolve conflitos pessoais, familiares e profissionais.
“Uma
importante particularidade da cirurgia plástica estética, e que ao meu ver é de
uma grande vantagem em relação aos outros campos da medicina, é que não há
necessidade nem urgência em fazê-la. Isso permite que ela seja realizada apenas
no momento ideal, ou seja, quando o paciente esteja compensado nos planos
físicos e psicológicos. ” (Dr. André Colaneri)
Ao se submeter à modificação de sua aparência, a pessoa desfrutará de sua nova aparência de forma saudável e plena, pois a cirurgia será um adendo em sua vida social e pessoal. Uma pessoa que aceita a si mesma, sabe buscar seus valores na sua própria experiência, se sente digno e importante, terá na cirurgia um grande complemento dessas conquistas.
A
aliança multidisciplinar entre o
psicólogo e o cirurgião plástico, tem como foco proporcionar a satisfação
completa do indivíduo. O papel do psicólogo é auxiliar o indivíduo a melhorar
sua autoestima, habilidades sociais, proporcionar conhecimento de si mesmo e
suas reais motivações, auxiliando na aceitação de si e desenvolvimento de bem-estar
como ser humano.