A letra "Psi" O símbolo adotado pela
Psicologia corresponde a vigésima terceira letra do alfabeto grego, cujo
significado é PSI. A este prefixo “PSI”
adicionou-se o sufixo “QUE” formando a palavra “PSIQUE”, que em outras palavras
significa: estudo da alma. O termo grego psychein ("soprar"), é uma
palavra ambígua que significava originalmente "alento" e
posteriormente, "sopro". Dado que o alento é uma das características
da vida, a expressão "psique" era utilizada como um sinônimo de vida
e por fim, como sinônimo de alma, considerada o princípio da vida. A psique
seria então a "alma das sombras" por oposição à "alma do
corpo".
O termo adquiriu outros significados ao longo
do tempo, a exemplo do apresentado na peça Psyché, de Molière. Pode-se destacar
ainda a versão de Jean de La Fontaine (1621 — 1695), no romance Os Amores de
Psique e Cupido, além das versões clássicas como de Apuleio (125 - 180), Eros e
Psique (Metamorfose: livros IV, V e VI), entre outras.
Relevante para a psicanálise é a versão mítica,
utilizada por Sigmund Freud, ao propor a utilização dos termos Eros e Tânato em
seu livro Além do princípio do prazer (1922). A psicologia, mesmo
inadvertidamente, traz essa carga semântica, à sua definição. Inicialmente a Psicologia surgiu voltada para o
estudo da alma, mas com a influência do positivismo no contexto mundial, a
Psicologia só poderia ser considerada ciência natural, caso possuísse um objeto
de estudo que não fosse metafísico (imperceptível aos sentidos humanos) e que
estivesse contido nas dimensões temporais e espaciais. Assim, a “alma” não poderia mais ser o objeto
de estudo da Psicologia que aspirava tornar-se ciência. A “alma” não podia ser
observada e nem mensurada, portanto, não atendia aos requisitos científicos
estabelecidos pela corrente positivista.
O Behaviorismo Metodológico, veio para resolver
este impasse e finalmente elevar a Psicologia ao status de ciência. Watson propôs que o objeto de estudo da
Psicologia não deveria ser a alma, mas sim todo comportamento observável. Hoje, o símbolo “PSI” representa o tripé que
sustenta a ciência do comportamento em suas três vertentes: A corrente
comportamentalista, a corrente psicanalítica e a corrente humanista.
Estudar psicologia sem entender o significado
profundo do seu símbolo representativo significa perder um elemento essencial
para sua compreensão. Inicialmente, é importante lembrar que além de ser o
símbolo, é também uma das letras do alfabeto grego, correspondente ao fonema
"psi" e ao número 17. Embora este seja o começo da explicação sobre
seu significado, não podemos esquecer que a letra "psi" tem toda uma
história e está associada a realidades muito profundas, expressadas através da
mitologia.
A letra "psi" é o principal símbolo
representativo de Deus Possêidon (ou Netuno em Latin). Possêidon significa
"senhor das águas", é o Deus das águas, mas principalmente, das águas
subterrâneas e submarinas. De acordo com a Mitologia, após a vitória dos Deuses
sobre os Titãs, o universo, foi dividido em três reinos, um para cada irmão:
Possêidon obteve o domínio do mar. Zeus, a maior autoridade do Olimpo, ganhou
domínio sobre o céu e a terra e Hades sobre os infernos e o mundo subterrâneo e
vulcânico.
Possêidon nem sempre foi muito dócil à superioridade
e autoridade de seu irmão Zeus. Possêidon percorria as ondas sobre uma
carruagem tirada por seres monstruosos, meio cavalo meio serpente ou por
cavalos. Seu cortejo era formado por peixes e delfins e criaturas marinhas de
todas as espécies. Eram jogados touros vivos no mar como sacrifício a Deus.
Possêidon Reina em seu império líquido, a maneira de um "Zeus
marinho", tendo por cetro e arma o tridente, que dizem ser tão terrível
quanto o raio. Uma concepção mais antiga de Possêidon é o de "sacudidor da
terra", o que corresponde a uma ação de baixo para cima, isto é, uma
atividade exercida do seio da terra por uma divindade subterrânea. Quando a
terra treme devido á força de Possêidon, tudo que está apoiado sobre a terra é
destruído.
O tridente era usado por Possêidon como arma de
guerra, ao varar o coração de seu adversário com esta arma, ganhava o poder sobre sua alma. Mais
profundamente, as águas representavam emoções e o mar os mistérios do
inconsciente. Na mitologia Hindu, representava a destruição da ignorância
humana, com o tridente trishula de Shiva e suas três pontas: tamas (a inércia),
rajas (o movimento) e sattva (o equilíbrio). Em culturas antigas é visto como
símbolo sagrado que denota divindade, fertilidade e virilidade. Em religiões
africanas como Candomblé e Umbanda, o tridente é um dos símbolos de Exu, que é
orixa do movimento. É uma representação tripolar da energia positiva, negativa
e neutra que ele vibra.
As três pontas do Tridente representam as três
pulsões: Sexualidade, Autoconservação e Espiritualidade (Auto-realização) e,
fonte de todos os desejos facilmente exaltados e da natureza imanente. A
Sexualidade e a Auto conservação são forças indispensáveis para a vida, mas que
também representam o perigo da perversão e a fraqueza essencial que pode
possuir o homem. Sobre o conceito de espiritualidade como pulsão, Leonardo Boff
em seu livro "A Águia e a Galinha" menciona textualmente o seguinte:
"A vida espiritual possui em nós o estatuto de uma energia originária. De
um instinto com a mesma cidadania que o instinto sexual, o instinto de saber, o
instinto de poder, o instinto de violar os tabus e o instinto de
transcender".
Note, não se trata de um instinto qualquer,
entre tantos, mas de um instinto fundamental, articulador de todos os demais. A
Pulsão da Espiritualidade também pode ser comparada ao "Impulso para a
auto realização" defendido por Carl Rogers e os existencialistas e também
a "necessidade de evolução" defendida por algumas teorias religiosas.
Ainda de acordo com conceito das 3 pontas do Tridente, da tríade de forças,
como não lembrar da divisão Freudiana do sistema psíquico em: Inconsciente,
Pré-consciente e Consciente (1ª tópica - Até 1914) e em: Ego, Id e Superego (2ª
Tópica - Após 1914)?
Atualmente, há diversas teorias estruturais da
mente de diferentes escolas de pensamento, que embora não tenham participado da
escolha do símbolo, traduzem uma representação moderna para a Nova Psicologia. Ao compará-lo com a teoria de Jung, por
exemplo, as três pontas do tridente podem ser relacionadas com o Inconsciente,
Subconsciente e o Consciente, e sua haste o Inconsciente Coletivo. Ou, seguindo
a teoria de Freud, podemos associar as três pontas ao Ego, Id e ao Superego.
Também representa o tripé que sustenta a ciência do comportamento em suas três
vertentes: A corrente comportamentalista, a corrente psicanalítica e a corrente
humanista.
O tridente, sempre esteve ligado a canalização
e direcionamento das forças que movimentam e transformam a consciência. Todos
nós precisamos trabalhar estas três forças para alcançar um completo equilíbrio
físico, mental e emocional. A partir disso, podemos concluir que o símbolo
da psicologia é essencialmente o símbolo das forças do mundo inconsciente, que
podem levar-nos à loucura e a morte ou até os estados mais perfeitos do
equilíbrio psíquico.
Autoria desconhecida
seria certo dizer que o tridente representa os "3 formas de ação" do ser humano??
ResponderExcluirtalvez não seja esse o termo, mas que representem - razão - emoção - instinto.