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quinta-feira, 19 de julho de 2018

Ciúmes é sinal de amor ou de patologia?


Definição

Sentimento doloroso que as exigências de um amor inquieto, o desejo de posse da pessoa amada, a suspeita ou a certeza de sua infidelidade, fazem nascer em alguém.
Emulação, competição, rivalidade.
Despeito invejoso; inveja.
Receio de perder alguma coisa; cuidado, zelo.

O que é o ciúme?

O ciúme não é uma única emoção simples, mas combinações múltiplas de várias emoções que podem aparecer em conjunto ou agrupadas e que são a inveja, seguida de raiva, ódio, pena, auto comiseração, vingança, tristeza, mortificação, culpa, vaidade, inferioridade, orgulho, medo, e ansiedade. Todo ser humano sofre de ciúmes ou é alvo ou instrumento do ciúme de outros seres humanos e como a sua manifestação é universal, os autores concordam em aceitar que seja normal na evolução do ser humano. Sua manifestação está sempre muito próxima da ansiedade e pode assumir diagnóstico grave ao persistir durante muito tempo.

Em questões de ciúme, a linha divisória entre imaginação, fantasia, crença e certeza, frequentemente se torna vaga e imprecisa e as dúvidas podem se transformar em ideias super valorizadas ou delirantes. Na tentativa de aliviar esse sentimento a pessoa é levada à verificação compulsória de suas dúvidas, chegando a atitudes absurdas e ridículas que na maioria das vezes não ameniza o mal estar da dúvida.

É normal sentir ciúme?

Sim, sentir ciúme é normal. Tão normal quanto sentir saudades. Assim como a saudade, o ciúme é um sentimento normal quando surge como resposta a uma situação real, imediata, com sua duração limitada a um tempo que nem sempre é definido, porém certamente limitado.

Quando o ciúme começa a se prolongar no tempo e aumentar de intensidade, alguma coisa deve estar acontecendo. A saudade, por exemplo, quando intensa e prolongada, pode gerar uma situação mais séria de depressão. O ciúme também, só que atua mais na esfera da angústia e da ansiedade, gerando, portanto, estados ansiosos mais persistentes.

O senso comum diz que o ciúme moderado é benéfico para os relacionamentos, pois faz com que o alvo deste sentimento se sinta valorizado. E por ser algo tão comum nas relações humanas, é fácil afirmar que todos já o sentimos ou que já fomos o motivo de sua manifestação.

Porém, mesmo que sua presença seja tão comum nos relacionamentos entre casais, irmãos, amigos, familiares, etc., há uma linha tênue entre o comportamento de estima em relação ao outro e a patologia que causa diversos problemas. É preciso, então, estar atento para identificar se é necessário procurar ajuda.

Para saber quando este sentimento passou dos limites considerados sadios, deve-se observar se a rotina do ciumento tem sido prejudicada por sua tentativa de averiguar o que o outro está fazendo constantemente.

A obsessão que surge na mente como uma desconfiança que precisa ser confirmada ou descartada, pode atrapalhar o desempenho profissional, a saúde e até mesmo a relação com outras pessoas.

Perder o sono por ficar pensando no que o ser amado está fazendo, passar horas como se fosse um detetive atrás dos passos de sua vítima, ligar a todo o momento para saber onde a pessoa está, desejar controlar todos os sentimentos e comportamentos do outro, são alguns dos sinais de que é hora de buscar apoio de um profissional.

Como a psicologia pode ajudar o ciumento?

Roland Barthes em seu livro Fragmentos de um discurso amoroso, diz que “…como ciumento, sofro quatro vezes: porque sou ciumento, porque me reprovo por sê-lo, porque temo que o meu ciúme magoe o outro e porque me deixo dominar por uma banalidade. Sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum”. Este contexto explica bem o sentimento presente na vida da pessoa que sofre deste mal. Angústia, falta de concentração, dificuldade em distinguir o que acontece de fato daquilo que é imaginação, culpa, reprovação, insegurança, medo, dentre outros, podem ser sentimentos vivenciados pelo desdobramento do ciúme.

E em casos como os citados, deve-se buscar o apoio de um psicólogo. Este terapeuta irá, juntamente com o paciente, racionalizar o ciúme e verificar o quanto este sentimento tem limitado a vida de quem o sente. Irá também investigar todo o quadro do analisado para identificar se este comportamento não é um sintoma de outras patologias como o transtorno obsessivo compulsivo (TOC), o delírio, etc.

Vale ressaltar que, assim que identificados problemas advindos deste sentimento, deve-se procurar um terapeuta. Esperar que a dimensão deste comportamento se torne maior para procurar ajuda, pode trazer muitas consequências negativas para o indivíduo. E ao iniciar as sessões de terapia, a psicologia irá ajudar com que ele se perceba dentro do contexto no qual está vivendo, a se colocar no lugar do outro e a tentar agir de uma maneira que não seja prejudicial a ambos, o que, consequentemente, irá diminuir o impacto destrutivo do ciúme na vida da pessoa.



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