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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ansiedade, Estresse e os Efeitos Gerados no Organismo

A era moderna é conhecida como a idade da ansiedade, referindo-se a agitação e aos transtornos da vida moderna. Porém, a ansiedade sempre esteve presente na vida do homem, desde a época dos homens das cavernas até hoje. É uma questão biológica. A diferença está na importância, através de estudos sobre os efeitos desta ansiedade no organismo e psiquismo humano, e a relação com o equilíbrio do peso corporal.

O que é Ansiedade?

A psicologia define a ansiedade, como um estado estressante que resulta da antecipação de perigo, gerando reação de alarme, fuga ou luta, que são componentes psicológicos que servem para ajudar a lidar efetivamente com os perigos reais e imediatos. Ela é um conjunto de manifestações somáticas que fazem o corpo ficar em alerta, segundo (Dratcu,1993), resultando no aumento da freqüência cardíaca e respiratória, tonturas, tensão muscular, náusea, sudorese e vazio no estômago.

As manifestações psicológicas geram apreensão, alerta, inquietude, hipervigilância, dificuldade de concentração e de conciliação do sono, entre outros. A ansiedade prepara o indivíduo para lidar com situações potencialmente prejudiciais, que possam afetar sua integridade pessoal, tanto física como moral. Desta forma, a ansiedade prepara o organismo a se defender. 

A ansiedade é uma reação natural e necessária para a autopreservação, mas não é um estado normal, e sim uma reação normal e autolimitada. No entanto,
quando a ansiedade persiste, ela pode ser psicologicamente e fisicamente prejudicial, transformando-se em patológica. Nesses casos, conhecidos como síndromes de ansiedade, torna-se necessário um tratamento específico.

Os Principais Distúrbios são:
Ansiedade generalizada;
Ansiedade induzida por drogas ou problemas médicos;
Ataque de pânico;
Distúrbio do pânico;
Distúrbios fóbicos, agorafobia, fobia social e fobia generalizada;
Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

Qual a relação da Ansiedade com o Estresse?

Dr. Hans Selye, fisiologista austríaco, em 1936, descreveu que a ansiedade é um dos componentes afetivos do processo de estresse, que acaba ocorrendo quando a capacidade de resposta do individuo é excedida. É um componente atuante nas reações emocionais desencadeadas pelo estresse. O estresse era um termo usado na física, e significava o desgaste dos materiais. Em 1926, Hans Seyle, resolveu usá-lo no campo da saúde. Ele usou a palavra  para designar um mecanismo de defesa natural que o organismo aciona, quando percebe algo estranho, sendo um processo de resposta-adaptação (General Adaptation Syndrome).

Sintomas Gerais da Ansiedade

- Dores musculares;
- Incapacidade de relaxar;
- Sensação de bolo na garganta;
- Falta de ar ou sensação de fôlego curto;
- Exaustão mental e fadiga fácil;
- Boca seca;
- Sentir-se constantemente assustado ou preocupado;
- Náuseas e diarréias;
- Irritabilidade, agressividade e frustração;
- Vertigens e tonturas;
- Sensações conflitantes;
- Palpitações;
- Redução da capacidade de concentração;
- Nervosismo e abatimento;
- Impaciência;
- Incapaz de tomar decisões;
- Sudorese, mãos frias e úmidas;
- Demonstração de medos (desmaio, colapso);
- Polaciúria (aumento de número de urinadas);
- Ausência de sentir prazer ou alegria;
- Dificuldade em dormir e manter o sono.

Importante:
Recomenda-se a observar pelo menos “SEIS” dos sintomas descritos, quando freqüentemente presentes.

A Ansiedade e o Estresse afetam o controle do peso?

Existe uma compensação oral, uma sensação de prazer, que a comida preenche.
Mas não é somente o fator psicológico da compensação que afeta o controle de peso, existe um aumento de apetite, desencadeado por uma reação combinada de agentes químicos gerados pela ansiedade. É uma resposta fisiológica do organismo perante o estresse. (Hess, 1997) afirma que, no processo evolutivo, o cérebro recebeu uma programação para procurar substâncias de sabor doce, como fonte de nutrientes e energia. Receptores do sabor doce transmitem uma mensagem ao cérebro, que libera endorfinas. O aumento da liberação desse neurotransmissor provoca saciedade e bem-estar. Esse é um fator que explica
porque em períodos de tensão e ansiedade, muitas pessoas procuram substâncias doces.

Estima-se que dois terços dos obesos consomem carboidratos, não somente para aliviar a fome, mas para combater tensões, ansiedade, fadiga mental e depressão LAVIN et al. (1996). Indivíduos obesos consomem mais alimentos em situação de estresse emocional. Essa teoria, chamada de Modelo Psicossomático da Obesidade (Faith  et al, 1997), afirma que as pessoas obesas, principalmente mulheres, comem excessivamente como mecanismo compensatório em situações de ansiedade, depressão, tristeza e raiva (MATCH, 2003).

Resposta fisiológica do organismo em contato com a ansiedade

A glândula de secreção (hipófise), situada no centro do cérebro, produz mais hormônio adrenocorticotrófico (ACTH); este estimula a glândula supra-renal a produzir mais hormônio cortisol (uma cortisona natural). O hormônio cortisol em excesso, inibe a produção da substância leptina, que age  no hipotálamo, regulando o apetite. Ele também age aumentando a retenção de líquidos e, o acúmulo de gordura. Outro fator é a dopamina, o neurotransmissor das sensações de recompensa e prazer; descobriu-se que pessoas com receptores normais de dopamina não engordam com facilidade, em compensação as com o centro de controle em desequilíbrio, descontam na comida a busca da sensação de prazer imediata.

Os sintomas da ansiedade variam de pessoa para pessoa, entretanto, por causa de alterações biológicas ou hormonais e por fatores sociais, mulheres apresentam mais ansiedade, depressão, desordens somáticas e distúrbios alimentares, em relação aos homens (LINZER, 1996).

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“Não dependa de ninguém na sua vida, só de Deus, pois até mesmo sua sombra o abandonará quando você estiver na escuridão.”