Entenda como a Ejaculação Feminina Pode Acontecer!
Para muitas pessoas, a tal da
ejaculação feminina não passa de lenda urbana. Mas a ciência resolveu entrar em
cena para dizer de uma vez por todas do que realmente se trata esse misterioso
e controverso fenômeno.
O que é a ejaculação
feminina?
Algumas mulheres têm
produção de um líquido em sua uretra durante o clímax de relações sexuais. Às
vezes, trata-se de uma pequena
quantidade de líquido branco leitoso – isso, tecnicamente, é a ejaculação feminina. Mas outras
mulheres dizem “esguichar” uma quantidade muito maior de líquido – o suficiente
para fazer com que pareça que elas fizeram xixi na cama.
O que é esse líquido?
Alguns pequenos estudos têm
sugerido que o orgasmo feminino vem
das glândulas Skene – estruturas
minúsculas que “desaguam” na uretra. Alguns na comunidade médica
acreditam que essas glândulas são semelhantes à próstata masculina, apesar de
seu tamanho e forma serem muitos diferentes e sua função exata permanecer
desconhecida.
Orgasmo no laboratório
Para investigar a natureza
e as origens do fluido da ejaculação
feminina, Samuel Salama, um ginecologista de um hospital francês e seus
colegas recrutaram sete mulheres que relatam a produção de grandes
quantidades de líquido – algo em torno de um copo de água – no momento do orgasmo.
Em primeiro lugar, essas
mulheres foram convidadas a fornecer uma amostra de urina. Tipo de convite
irrecusável, não? Em seguida, elas passaram por uma ultrassonografia, para que
os pesquisadores tivessem certeza de que cada uma delas estava com a bexiga completamente vazia.
As mulheres, então, ficaram
se masturbando – ou contaram com a ajuda de um parceiro – até que chegassem
perto de ter um orgasmo (o que durou entre 25 e 60 minutos). Nesse momento, pouco antes
das mulheres chegarem ao clímax, elas foram submetidas a uma segunda
ultrassonografia. Pensa na situação.
Não para, não para, não para!!
Feito o segundo ultrassom,
as mulheres voltaram para o caminho do orgasmo. E quando elas finalmente
chegaram lá, o fluido esguichado foi
coletado em uma bolsa e uma última ultrassonografia foi realizada. Lembra que todas elas
esvaziaram a bexiga antes de começar a estimulação? Pois então. O segundo
exame, realizado pouco antes do clímax, mostrou que as bexigas delas já estavam
completamente recarregadas.
E, pasmem: o ultrassom
final de cada mulher mostrou bexiga vazia. Ou seja, o líquido do orgasmo quase certamente se
originou a partir da bexiga.
Mulheres que ejaculam estão na verdade fazendo xixi?
Uma análise química foi realizada em
todas as amostras de fluido recolhidas. Duas mulheres não mostraram
diferença entre as substâncias químicas presentes na urina e o produto do
orgasmo. Mas outras cinco mulheres tinham uma pequena quantidade de antígeno
prostático específico (PSA) em seus orgasmos – uma enzima não detectada na
amostra de urina inicial, mas que faz parte da “verdadeira” ejaculação
feminina.
A enzima PSA, produzida em
homens pela próstata, é mais comumente associada com ejaculação masculina, onde
a sua presença ajuda o esperma a nadar. Nas mulheres, a enzima PSA é produzida principalmente
pelas glândulas Skene – também chamadas de “próstata
feminina”.
De acordo com Barry
Komisaruk, neurofisiologista da Universidade de Rutgers, em Newark, New Jersey
(Estados Unidos), este estudo apresenta evidências convincentes de que o
tal esguicho da ejaculação feminina é quimicamente similar à urina,
e também contém pequenas quantidades de PSA – que está presente na verdadeira ejaculação
tanto do homem quanto da mulher.
“Este estudo ajuda a conciliar a
controvérsia sobre os fluidos que muitas mulheres relatam terem sido lançados
no orgasmo”, acrescenta. “Há, evidentemente, dois fluidos diferentes, com duas
fontes diferentes”.
Florian Wimpissinger, do
Hospital Rudolfstiftung, em Viena, na Áustria, sugere que a presença ou não da
enzima PSA na ejaculação de algumas mulheres pode ser causada porque as
secreções provenientes das glândulas Skene poderiam ir para a bexiga no momento
do orgasmo. Pode também ter algo a ver
com a conhecida variação de forma e tamanho das glândulas. Ou simplesmente
porque algumas mulheres não produzem PSA mesmo.
Ejaculação feminina: toda mulher é capaz
Por que algumas mulheres experimentam
estes diferentes tipos de ejaculação e outras não, ainda não está totalmente
claro, mas o ginecologista Samuel
Salama acredita que toda mulher é capaz de performar o tal esguicho desde que “seu parceiro saiba o que está fazendo”.