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sábado, 1 de agosto de 2015

Balada x Drogas (Ecstasy, LSD, Balas e Doces)

Ecstasy e LSD - Os efeitos da droga no organismo






São drogas sintéticas e provocam distorções sérias no funcionamento cerebral; o usuário sente-se um “super-homem”, incapaz de avaliar situações de perigo; ilusões, alucinações e desorientação têmporo-espacial são comuns.




Um ritual que se repete a cada festa

João (nome fictício), 27 anos, diz não ser um usuário frequente das balas e dos doces, mas sempre que está em uma balada eletrônica não deixa de consumir. Ele define a disseminação do ecstasy e do LSD como uma epidemia semelhante ao crack, no entanto, sem causar tanta dependência. Em entrevista, o jovem revela sua experiência com as duas drogas e como funciona a rotina das baladas.

Primeira vez
Tomei a bala por curiosidade numa festa. A gurizada já levou pra curtir a vibe (vibração) lá. Nestas festas é difícil alguém que não toma. Quem não tem, consegue na hora. É como ingresso, se comprar antecipado é mais barato. O doce (LSD)  tá uns R$ 70 antecipado e na balada pode chegar até R$ 100. A bala (ecstasy) custa uns R$ 40, mas na hora vai   até  uns R$ 90. Não sou muito de ir em balada, mas sempre que vou tenho que tomar. Ninguém vai para dançar agarrado. As pessoas vão pra fazer loucuras. Se tiver cinco ou seis no bolso, as minas (mulheres) ficam ao redor.

Comércio

Quem vende é quem usa, mas não quer, ou não tem dinheiro para comprar todo o final de semana. Tem de tudo. Alguns  usam por status, pra curtir as mulheres.  Tem gente que pede de brinde, então o cara  diz, se você conseguir tal menina te dou. Elas ficam com o cara por causa da bala ou do doce. É assim que funciona. 

Consumo
Tem várias maneiras de consumir, cheirar, tomar na bebida, colocar na língua. O doce está sendo mais procurado que a bala. Tem amigo que toma na sexta, sábado. Na verdade não  tem dia pra tomar.  Já tomei duas balas na mesma noite, mas tem gente que toma mais. No dia seguinte vou trabalhar travado. Já vi muita gente fora do ar. Um dia, numa chácara, os ‘loucos’ diziam que iriam se atirar no gelo, saiam engatinhando, que estavam numa missão. Estavam fritando por causa do doce (LSD).


Destacamos algumas reações do uso agudo ou crônico do LSD e ECSTASY:
 
    

– Alteração da percepção visual, gustativa, tátil, auditiva e olfativa;
– Sensação anormalmente estranha de perda do limite entre o espaço e o corpo;
– Sensação de que os sons podem ser vistos;
– Sensação de pânico e medo;
– Apreensão constante;
– Reações psicóticas representadas por alucinações, delírios, grande instabilidade afetiva, depressão psíquica;
– Sensação simultânea de relaxamento e tensão, alegria e tristeza;
– Sensação paranoide de poder voar;
– Morte acidental;
– Aparecimento de surtos de esquizofrenia;
– Distúrbio da memória, reflexos exaltados;
– Tremores corporais;
– Náuseas, tonteira;
– Parestesia (sensação pervertida de formigamento, arranhamento ou queimação da pele);
– Distúrbios visuais;
– Perda do controle dos pensamentos;
– Aumento da glicose no sangue e da frequência cardíaca;
– Elevação da pressão arterial e convulsão.


Sua potência é impressionante (300 mil vezes mais ativa que a maconha), porque o tecido cerebral mantém uma baixíssima concentração de LSD em relação a qualquer outro tecido do corpo durante todo o tempo posterior à ingestão da droga.


A tolerância ao LSD ultrapassa a maioria dos outros alucinógenos, incluindo os derivados de anfetamina alucinógena e a mescalina, mas não se estende à maconha. Os usuários de LSD, portanto, repetem as doses após longos intervalos e não o substituem nem o administram simultaneamente com outros alucinógenos.



Ecstasy

Chamada erroneamente de droga do amor, o ecstasy é considerada uma droga nova e é muito conhecida entre a galera que sai à noite na balada, principalmente em raves . (festa dançante em que se toca música eletrônica [Ger. realizada por mais de uma noite e em grandes espaços afastados dos centros urbanos]). O ecstasy causa uma sensação de euforia e prazer. Segundo algumas pessoas que já experimentaram a droga, você é tomado por uma sensação de leveza, alegria e poder.

O ecstasy foi inventado em 1914, durante uma pesquisa de antidepressivos com efeito rápido. Começou a ser usada há 10 anos na Inglaterra e hoje é consumido em geral por jovens de classe média. O tráfico não vem dos morros das favelas; na maioria das vezes, é feito dentro de algumas festas mesmo.
 
Mas o perigo está justamente nessa sensação de poder que a droga passa. Esse bem-estar”, alegria e muita energia é como se fosse uma “ilusão” que o cérebro passa. De repente, uma pessoa toma a droga e fica dançando por umas 5 horas, mas, muitas vezes ela não tem um preparo físico para aguentar tanta agitação. Não é raro algumas pessoas ficarem com febre ou resfriadas no dia seguinte. Isso porque a droga diminui a resistência do corpo.



Está muito errado quem pensa que, só porque o ecstasy é “droga de final de semana”, não vicia. Vicia sim! O ecstasy é uma anfetamina, uma droga sintetizada em laboratório. Anfetamina é estimulante do sistema nervoso central, ou seja, faz com que você fique “ligado” por mais tempo que o normal, executando atividades e descartando o descanso. Só que esse cansaço aparece depois que a droga sai do organismo.


Veja infográfico abaixo sobre drogas sintéticas



Tipos de ‘comprimidos’ de Ecstasy

Quando o usuário for tomar a droga de novo, a energia vem em menor intensidade. Aí, é claro que a pessoa vai tomar uma dose muito maior. O organismo da pessoa vai ficando cada vez mais tolerante à droga e aí vira uma bola de neve. Quando menos se imagina, a pessoa já virou dependente.



A droga pode provocar euforia, desinibição, ansiedade e intensa sensação de sociabilidade. Porém, há casos em que os efeitos são exatamente contrários: ao invés de prazer, a pessoa pode ser tomada por uma sensação de paranoia e pânico, além de profunda depressão.




Depois de ingerido, o ecstasy começa a fazer efeito depois de 20 a 60 minutos. Além de psíquico, causa efeitos físicos: aumento da pressão arterial, aceleração dos batimentos cardíacos, diminuição do apetite, pupilas dilatadas e boca seca. O metabolismo acelera e, por isso, a temperatura do corpo aumenta, chegando até a 40º. Esse é um dos motivos que levam os consumidores a beber litros e litros de água enquanto dançam. A vista também fica sensível à luz, por isso muitos usam óculos escuros.



Aliás, o calor provocado pela droga é o efeito colateral mais discutido, sendo que se a temperatura do corpo aumentar muito pode causar convulsões e levar o usuário até a morte. Para saciar a sede, o pessoal abusa da água. Só que aí que vem o dilema: se beber muita água, o usuário não vai conseguir controlar a urina, mas se não bebê-la, pode sofrer de desidratação.

Lembrando que, como a droga faz parte do grupo das anfetaminas, os efeitos deste também servem para o ecstasy: sérios danos no fígado, coração, cérebro e degeneração dos neurônios; além da possibilidade de aparecer sintomas psíquicos como paranoia, agressividade, ansiedade fóbica, insônia etc. Depressão e perda de memória são outros efeitos colaterais. Por se tratar de uma droga química, ou seja, produzida em laboratório, os efeitos dessa e de tantas outras drogas podem não ser tão agradáveis assim como muitas pessoas acham!


“Todas as drogas são uma perda de tempo. Elas destroem sua memória, seu respeito e tudo que tem a ver com a sua autoestima. Elas não são boas de forma nenhuma.” (Kurt Cobain)

“Toda forma de vício é ruim, não importa que seja droga, álcool ou idealismo.” (Carl Jung)


“A Vida é uma droga, E depois você morre.” (Stephenie Meyer)