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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Corpo, Mente e Espírito!

Hoje em dia a valorização do corpo físico é quase consenso entre as pessoas. Felizmente, é cada vez maior o número de pessoas que se entregam às atividades físicas como as caminhadas e alongamentos, às flexões e práticas esportivas, como um todo. São horas e horas dedicadas à ginásticas, à bicicleta ergométrica, às caminhadas, ao levantamento de peso, etc.

Sabemos por experiência própria que todo trabalho em favor do emagrecimento ou modelagem física, exige muito esforço, disciplina e determinação. É necessário suar muito para melhorar nossa condição física. Claro que todo esse esforço e todos esses exercícios são bons, pois além dos benefícios já citados, nos ajudam a controlar o estresse e manter a mente sã e um corpo sadio.

O corpo é o templo do espírito e por isso merece todo nosso respeito e carinho. Entretanto, não podemos esquecer de outra beleza que é nossa alma, uma jóia de elevada e sublime importância. E como a alma reside dentro do organismo físico, concluímos que ele é o estojo agasalhando jóia de incalculável valor espiritual.

O corpo é o porta-jóias onde a alma se encontra. Então, uma pergunta se impõe e deve ser respondida com a maior sinceridade:  

De que maneira estamos tratando o nosso corpo, estojo onde a alma se abriga?

É importante observarmos como o temos alimentado, se estamos concedendo a ele o descanso necessário. Será que não o estamos intoxicando, obrigando-o a aceitar vícios que o desgastam?

Será que não estamos mortificando-o através de pensamentos desordenados?

E quanto a essa verdadeira jóia que é nossa alma e que também necessita de nossos cuidados?

Se cuidamos do porta-jóias, temos com mais razão, de cuidar da jóia que é nossa alma, pois ela é a beleza espiritual. Muitas pessoas ainda ignoram que somos espíritos também, acham que somos apenas o corpo físico esquecendo-se de nossa realidade espiritual.

Assim, como alimentação, higiene, remédios, exercícios físicos, nosso espírito também necessita de atenção. Pela prece, se estabelece nossa comunhão com Deus. Nosso espírito alimenta-se de energias positivas e, portanto, revigorantes.

Do ponto de vista espiritual, nosso espírito precisa bem mais de oração do que nosso corpo de alimentação. Outro recurso maravilhoso para o fortalecimento do espírito é a leitura edificante, leituras que agregam e nos trás conhecimento e informações transformadoras... Quantos esclarecimentos e quanta consolação obtemos desses tesouros, que são os livros.

Para completar, nossa ginástica espiritual, nada é tão saudável e salutar para nosso corpo e nosso espírito, que o trabalho...Não o trabalho pela obrigação ou pelo contra-cheque no final do mês, mas o trabalho em favor do próximo, o trabalho feito com Amor, que nos faz sentir útil, produtivo e realizados.

Oração e trabalho são as asas inseparáveis do nosso fortalecimento pessoal, profissional, emocional e espiritual. Cuidemos com muito esmero e carinho tanto do nosso corpo, como da nossa mente e nosso espírito, para que possamos refletir toda a beleza física e espiritual que nos foi concedida pelo Criador.

domingo, 25 de setembro de 2011

Procure um AMANTE, Namore a VIDA!

Muitas pessoas tem um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não tem, e as que tinham e perderam”. Geralmente, são essas últimas que vem ao meu consultório, para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc. Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre.


Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança. Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: “Depressão”, além da inevitável receita do antidepressivo do momento. Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum antidepressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!


É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho.
Há as que pensam: “Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas”?! Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais. Há aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte:


 

AMANTE“ é aquilo que nos “apaixona“, é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono, é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.
O nosso “AMANTE “ é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.



 Às vezes encontramos o nosso “AMANTE” em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis.
Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na fotografia, na arte, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo prediletoEnfim, é “alguém!” ou “algo” que nos faz “namorar a vida” e nos afasta do triste destino de “ir levando”!...




E o que é “ir levando”?
Ir levando é ter medo de viver.
É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.
Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão, de que talvez possamos realizar algo amanhã.




Por favor, não se contente com “ir levando”, procure um Amante, seja também um Amante e um protagonista… DA SUA VIDA!


Acredite:
O trágico não é morrer, afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém.
O trágico é desistir de viver… Por isso, e sem mais delongas, procure um amante …
A psicologia após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:

PARA  ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA”. (Jorge Bucay – Psicólogo)

As três perguntas que você deve fazer para encontrar seu caminho...

Na série de (Os quatro caminhos), descrevi o trajeto que acho que todos devemos percorrer em nossa incessante busca da felicidade. No entanto, fiquei preocupado que a epígrafe de um daqueles livros pudesse ser mal interpretada: Um mapa para encontrar o caminho da felicidade.

A idéia que essa frase parece dar, me incomoda até hoje. Sem um esclarecimento, alguém poderia achar que existe UMA fórmula, UMA maneira de ser feliz e, mais do que isso, que eu a descobri e que escrevo para compartilhá-la, como se fosse uma receita de bolo.

Lamento decepcioná-lo, mas nunca encontrei a fórmula da felicidade. Na verdade, insisto em afirmar que ela não existe.

Acredito que nem deveríamos perder tempo procurando-a. Tenho certeza de que seria melhor e mais saudável, nos dedicarmos a resolver tudo aquilo que nos impede de ser feliz. Afinal, o que são nossos problemas se não obstáculos no caminho de nossa realização pessoal? O que poderia ser mais importante do que esse objetivo, mesmo que para muitos, como eu, por exemplo, seja difícil defini-lo com uma só palavra?

Alguns o chamam de “auto-realização”; outros, de “consciência contínua” ou “percepção”. Há quem o considere um estado de iluminação ou êxtase espiritual e uns poucos o identificam como o encontro da tão desejada paz interior. Há ainda quem prefira defini-lo simplesmente como “sentir-se pleno”.

A verdade é que, independentemente do nome que damos ou mesmo se pensamos nisso ou não, ser feliz é nosso mais importante desafio. Por isso a busca da felicidade é um tema tão profundo e tão merecedor de estudo quanto o amor, a dificuldade de comunicação, a
postura diante da morte ou a misteriosa distorção de pensamento que leva um ser humano a achar que tem direitos sobre a vida de outro.

Neste caminho de descobertas há aqueles que se perdem e se condenam a chegar um pouco tarde. Mas existem também aqueles que encontram um atalho e se transformam em excelentes guias para os outros – mestres que, embora não possam nos dar uma fórmula mágica, são capazes de ensinar que há muitas maneiras de chegar, infinitos acessos, milhares de caminhos possíveis.

Com muitos desses mestres aprendi que todos os trajetos são válidos e diferentes, mas têm um ponto em comum: a necessidade de encontrar respostas para as perguntas mais importantes, aquelas que todos nós fazemos em algum momento e que são o tema deste livro.

Três perguntas são imprescindíveis e acompanham a humanidade desde o surgimento do pensamento formal. Não podemos nos esquivar delas, porque são partes de todas as rotas traçadas. E, se pretendemos enfrentar o desafio que Carl Rogers chamava de “o processo de transformar-se em pessoa”, devemos respondê-las uma a uma, porque apenas buscando honestamente essas respostas aprende-se tudo o que é imprescindível para seguir em frente.

Cada uma das três questões implica um desafio inevitável e esse processo muitas vezes leva a caminhos que se cruzam e se sobrepõem, mas que se manifestam e nos convidam a percorrê-los em uma seqüência predeterminada.

Quem sou?
Aonde vou?
Com quem?

Três desafios, três caminhos, três perguntas para serem respondidas exatamente nessa ordem. Para evitar a tentação de permitir que a pessoa que está comigo decida aonde vou; para não cair no erro de definir quem sou com base em quem me acompanha; para não determinar meu rumo de acordo com o rumo do outro; para não permitir que me definam com base no caminho que escolhi, muito menos que confundam o que sou com o trecho que estou percorrendo.

O primeiro desafio é descobrir quem sou.
O encontro definitivo comigo mesmo.
O trabalho de aprender a não depender.

O segundo desafio é decidir aonde vou.
A busca de plenitude e de sentido.
Encontrar o propósito fundamental de nossa vida.

O terceiro é escolher com quem.
O encontro com o outro e a coragem de deixar para trás quem não está.
O processo de se abrir para o amor e encontrar os verdadeiros companheiros de jornada.

Trecho do livro: QUANDO ME CONHECI - Quem sou? Aonde vou? Com quem?
Do escritor, Médico Psiquiatra e Psicólogo Jorge Bucay

A relação afetiva é o grande espelho que reflete quem somos



Terapeuta de casal, Jorge Bucay afirma que, em um relacionamento, o comportamento do seu parceiro deve servir de espelho para facilitar o seu autoconhecimento. Segundo ele é impossível um relacionamento ser totalmente bom ou ruim.


Sem dúvida ter um relacionamento duradouro é uma tarefa que produz suor, lágrimas, doses altíssimas de prazer e aulas avançadas de autoconhecimento. Afinal, o outro é um espelho que, de tão sincero, nos desmascara sem dó. Essa é a mensagem que o psiquiatra e psicoterapêuta argentino Jorge Bucay vem transmitindo há décadas aos casais que estão passando por crise. 






Segundo o terapeuta de casal, autor do romance, Amar de Olhos Abertos (ed. Sextante, escrito em parceria com a psicóloga Argentina Silvia Salinas), o relacionamento amoroso tem um grande poder: o de nos servir de espelho (sem o qual continuaríamos cegos sobre como realmente somos) e também de alavanca (para nos tornarmos quem verdadeiramente somos). "Não considero que a medida do amor seja o quanto estou disposto a me sacrificar por alguém, e sim o quanto estou disposto a desenvolver minha autonomia”, diz Bucay. Confira a entrevista:

Por que os relacionamentos amorosos são fonte de tanto prazer e sofrimento ao mesmo tempo?
Nada no mundo é totalmente bom ou ruim. Se quisermos desfrutar os prazeres proporcionados por um relacionamento, teremos de pagar o preço cobrado pelos momentos dolorosos. Eles são necessários porque nos mostram que nosso par não é exatamente como gostaríamos que fosse, e vice-versa. Acontece que, quando nos apaixonamos, acreditamos que o ser amado corresponda exatamente aos nossos ideais. Mas, com o tempo, abrimos os olhos, inevitavelmente, e descobrimos que o parceiro não é como o imaginávamos. Ele é o que é. Então, nós nos frustramos a cada vez que ele não age da maneira desejada. Isso dói. Os desencontros do dia a dia também nos machucam. Um quer dormir enquanto o outro quer ver TV. Um quer fazer amor, o outro quer dormir. E assim por diante. Essas pequenas decepções nos mostram que somos seres individuais, o que não nos torna bons ou maus, apenas reais.

No livro, você afirma que a relação afetiva é o grande espelho que reflete quem somos, nossas qualidades e defeitos. Como se dá esse jogo?
Quando os parceiros se conhecem, criam vários objetivos: desfrutar a companhia do ser amado, passar cada vez mais tempo juntos, construir uma família, compartilhar projetos. No entanto, há um objetivo que permanece, na maioria das vezes, inconsciente: que o meu companheiro facilite meu autoconhecimento. Não posso ver a mim mesmo. Para isso, preciso de um espelho. Ao longo da vida, encontramos vários, pelo caminho: a família, os amigos e, sobretudo, o ser amado. Aprendemos muito quando vivenciamos uma relação amorosa, pois temos diante de nós alguém que nos vê. Assim, podemos nos conhecer e nos aprimorar.

Quando sentimos raiva, por que é mais fácil acusar a pessoa amada, responsabilizá-la por nossa insatisfação, em vez de buscar o diálogo?
Ao apontarmos o dedo para alguém, outros três dedos se voltam em nossa direção. Se determinado defeito nos incomoda em uma pessoa, é porque também o possuímos. Como não admitimos isso, é mais fácil apontá-lo fora, e não em nós mesmos. As características que não temos não nos perturbam quando aparecem no parceiro. Só nos causa aborrecimento o que revela uma parte renegada de nosso ser.

A rotina é mesmo a grande inimiga do casamento?
Há, na verdade, um monstro de sete cabeças que ameaça os relacionamentos. A primeira cabeça é a idéia de que eu não posso viver sem estar enamorado; a segunda, a competição com o par; a terceira, a falta de projetos comuns; a quarta, problemas com a família do cônjuge; a quinta, a incompatibilidade de gostos; a sexta, antagonismo nas linhas ideológicas básicas; e a sétima, a rotina. Com criatividade e desejo, é possível driblá-la. O que é melhor? Trocar o marido ou mudar o dia, o local e o horário de fazer amor?

Não saber mais onde termina o eu e onde começa o “nós”, é inevitável numa vivência amorosa?
Essa noção vem do mito de que duas pessoas são metades que, juntas, compõem uma maravilhosa e incrível unidade. Eu, particularmente, prefiro ser inteiro e ter a meu lado alguém igualmente inteiro, para, assim, enriquecermos a vida a dois. Não podemos descuidar esse ponto e deixar de ser quem somos. Afinal, a maior riqueza de conviver é a possibilidade de abrir espaço para que ambos possam ser quem são. Muitas pessoas, infelizmente, acreditam que, para estar junto de alguém, precisam renunciar a si mesmos. Não considero que a medida do amor seja o quanto estou disposto a me sacrificar por alguém, e sim o quanto estou disposto a desenvolver minha autonomia. Não creio que a base da relação seja o quanto deixo de ser eu, e sim o quanto consigo ser eu mesmo quando estou ao lado de quem amo. 


A equação ideal seria: você está para mim, eu estou para você, e nós dois estamos para os outros. O problema é quando pensamos: eu estou para mim, você tem de estar para mim, e todos os outros também. No avião, vindo para cá, observei a aeromoça dar instruções para o caso de um acidente. Ela disse que deveríamos colocar a máscara de oxigênio primeiro em nós e depois na pessoa ao lado, pois só assim teríamos condições de ajudá-la. O mesmo se aplica ao amor. Não acredito que, para estar com alguém, seja necessário deixar de pensar em si mesmo.

Duas pessoas são metades que, juntas, compõem uma maravilhosa  unidade. Colocar tudo de lado para que o parceiro vire o centro de nosso universo é preocupante?
Essa é a manifestação da paixão. Fugaz, por natureza. O amor não é assim. Não há com o que se preocupar. É só uma fase. Precisamos ser complacentes com os amigos que estão vivendo esse momento de êxtase e, por isso, acabam se distanciando. É um período maravilhoso, mas não podemos ficar assim eternamente. Do contrário, não faríamos mais nada na vida, não trabalharíamos, não cultivaríamos as amizades. Passada essa onda, ou o sentimento se transforma ou acaba.

Um relacionamento considerado enriquecedor costuma apresentar quais características?
Uma relação saudável possui três pontos de apoio: o amor, a atração e a confiança. Eles são tão importantes que funcionam como uma mesa sobre a qual repousam os projetos comuns, o tempo compartilhado, a casa, os filhos, a família. Se existir ou não um quarto ponto de sustentação, não fará diferença. Agora, se um dos três sair de cena, não haverá a parceria; talvez, o matrimônio, mas não a parceria.

Como avaliar se vale a pena seguir em frente ou se é hora de terminar?
Não há uma regra fixa. Alguns dizem que o ideal é terminar a relação um pouco antes do recomendado. O que acontece quase sempre é a percepção de que existe um problema pessoal. O outro não serve para mim. Essa não é a verdade. O problema não está em um dos cônjuges, mas no tipo de vínculo estabelecido entre eles. Muitas pessoas se separam e repetem com o parceiro seguinte a história nefasta que viveram no passado. Acredito que os casais não devam se separar enquanto não tiverem esgotado todos os recursos disponíveis, e um deles é procurar um terapeuta especializado. É bom ressaltar que esse tipo de profissional não representa a promessa da reconciliação. Às vezes, ele só ajuda a mediar a separação.

Quais são os aspectos frágeis das relações contemporâneas?
Os pares discutem por muitas coisas e os temas diferem de acordo com a época e a cultura de cada país. No entanto, identifico algumas recorrências: as pessoas se desentendem por causa da criação dos filhos, da relação com a família dele ou dela, por problemas financeiros, por disputa de poder e pelo direito de ter liberdade. Sempre que me trazem essas queixas, penso no que está se passando entre o casal, e não fora.

A independência das mulheres ainda ameaça os homens?
Para mim, é uma condição básica ter uma mulher independente a meu lado. Estou convencido de que não é possível amar se não formos livres. No entanto, sei que há ainda muitos homens machistas no mundo. Homens e mulheres não são iguais. Somos diferentes, mas complementares. Todas as disputas entre os sexos são tristes, sobretudo a disputa pela liberdade. Alguns homens ainda dizem: "Eu sou capaz e você não é. Eu posso e você não pode". Isso é mentira. Nós homens somos muito mais dependentes do que as mulheres, principalmente no que diz respeito a assuntos de ordem prática. Um homem se separa e, três meses depois, está vivendo com uma nova companheira. Já a mulher permanece só, aprende a fazer consertos domésticos, a se virar sozinha e, em pouco tempo, está pensando: "Para que preciso de um homem nesta casa?"

http://mdemulher.abril.com.br/amor-sexo/reportagem/relacionamento/relacao-afetiva-grande-espelho-reflete-quem-somos-diz-jorge-bucay-623495.shtml

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Desafios do Relacionamento

Todo relacionamento tem desafioso maior deles são as diferenças. Qual a maior dificuldade em fazer um relacionamento dar certo? Por que muitas pessoas terminam namoros e casamentos? Existe uma fórmula para ser feliz a dois? Se existe resposta para essas perguntas, posso dizer que é o desafio de lidar com as diferenças! Nem todas as pessoas têm paciência e maturidade para entender que ninguém é igual a ninguém.

Quando se está envolvido(a) com alguém, existem duas opções: escolher aceitar as diferenças existentes ou colocar um ponto final, pois não vai saber lidar com isso. A maioria das brigas, são causadas por falta de entendimento, uma boa conversa e doses de tolerância. Quem é que não briga com pais, mães, irmãos, primos, etc? Mesmo tendo a mesma criação e desde criança conviver com eles, é impossível não haver diferenças. Isso acontece por um simples motivo: não existem pessoas iguais no mundo!
  
Muitas pessoas passam pelo mesmo processo: conhecem alguém especial, se apaixonam profundamente, se entregam, começam as brigas, o relacionamento acaba e a pergunta que fica é: “Por que nunca consigo um relacionamento saudável?” Isso acontece porque aceitar que nós temos defeitos, que erramos e o pior, que o ser amado não é perfeito, dói muito e preferimos aceitar que o outro não foi feito para nós. Não existe relacionamento sem diferenças. E esse é o grande desafio. Se conseguir superar isso, seu relacionamento será um sucesso.

Imagine a seguinte situação:

Ele mora sozinho, longe dos pais há muito tempo, é independente e não gosta de ser cobrado por horários, nem por onde se encontra.
Ela mora com os pais, não sabe o que é respeitar o espaço do outro, super mimada, dependente de atenção e foi criada tendo que dar satisfação dos seus passos.
Agora imagine essas duas pessoas juntas. Conseguiu? É muito difícil né? Por quê? Vamos lá… Ela vai controlar os horários dele, pedir atenção o tempo todo, cobrá-lo de gestos e atitudes de amor e não saberá entender, que ele precisa de espaço.

Na primeira vez ele vai tentar explicar, na segunda começa a ficar furioso e na terceira desliga o celular na cara dela.
Ela liga para as amigas aos prantos, dizendo que tudo acabou, que ele não é romântico, nem gentil e que é incapaz de entendê-la. Mas como se amam, ficam juntos.
O tempo passa e juntos aprendem as necessidades de cada um. Ele procura ser mais atencioso e dar satisfação do que vai fazer; ela passa a aceitar essa forma de amor.
Depois de dois anos e meio juntos, e aceitando cada vez mais as diferenças, se casam.

Quem viu esse casal no início achou que seria impossível isso acontecer, tantas brigas, desgastes… mas eles queriam estar juntos e sabiam que para isso os dois precisariam ceder e aprender.

E você? O que está esperando para parar de brigar por besteira e entender que seu(sua) parceiro(a) nunca será 100% o que sonhou, mas o que ele(a) pode ser é o suficiente para te fazer o(a) homem(mulher) mais feliz do seu mundo!!

Não perca tempo, nem desgaste sua relação por besteiras. Converse sobre as diferenças e veja quem pode ceder em cada situação. Nem sempre será o outro, às vezes você terá que ceder.
Mas quer saber? Vale a pena!!


domingo, 18 de setembro de 2011

Solidão... Antes só do que mal acompanhado!?



"Obrigada por razões profissionais a me transferir para São Paulo, me encontro sozinha e sem amigos. A cidade me sufoca durante o dia e me isola à noite num pequeno apartamento de bairro. Não sei o que fazer, não tenho a quem recorrer, às vezes chego quase ao desespero. Quero gente para conversar e para conviver. Ajude-me, por favor. (Cartas para Solitária desesperada)".




Pedido de socorro como esse, acima, está se tornando frequente em São Paulo e em outras grandes cidades. Razões profissionais e casamentos dos filhos, são os principais motivos para deixar os pais sozinhos; separação conjugal, viuvez, e não ter conseguido encontrar o amor da vida, também podem esvaziar o sentido de existência de algumas pessoas.

Nossa sociedade pós-moderna caracterizada pelas comunicações eletrônicas parece mais afastar do que aproximar as pessoas. A Internet como nova onda de comunicação, promete ser um meio de fazer amizades e até uniões amorosas, mas evidentemente é preciso saber ‘mexer’ no computador, na Internet, o que não é costume da geração mais ‘à antiga’. Muitos solitários como a moça acima, deseja mais que um  relacionamento virtual demanda uma companhia real que dê sentido à própria vida.

Não são poucos os que, desesperançados, terminam se virando com a companhia de um cachorro ou um gato....

O filósofo Schopenhauer, um dos muitos pensadores solitários, talvez até anti-social, preferia a companhia agradável de seu cão Atma à companhia humana. Lembro-me do carioca Eduardo Dusek quando compôs uma letra de música, não sei se moralista ou irônica que dizia “troque seu cachorro por uma criança pobre”. Houve gente sensibilizada até a medula, mas duvido que adotaram uma criança pobre e jogaram seu cachorrinho na rua.

Solidão X companhia

O paradoxo social contemporâneo é convivermos o dia a dia com tanta gente e ao mesmo tempo nos sentirmos solitários. Muitas são as situações geradoras de solidão: existe a solidão gerada pelo próprio poder, a solidão decorrente da riqueza, a solidão dos bem e mal casados, a solidão imposta pelo trabalho atomizado (significa promover o individualismo, ordenar as relações humanas segundo princípios hierárquicos), a solidão da criança cujos pais são egoístas ou inafetivos, a solidão dos velhinhos rejeitados com suas memórias e muitas vezes abandonados nos asilos onde se tornam esquecidos
dos familiares, a solidão das crianças órfãs, abandonadas ou que são obrigadas a viverem em instituições repressivas, a solidão da loucura, a solidão dos internos dos hospitais psiquiátricos,  a solidão dos enfermos hospitalizados, a solidão do excluídos no topo do mercado de trabalho,  a solidão do desempregado, a solidão do operário que deixou família para trabalhar na cidade grande, a solidão do estigmatizado, a solidão da morte, etc, etc.

As cifras da Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílios, diz que está aumentando o número de solitários no Brasil. São 3,8 milhões que moram sozinhos, um aumento de 137%, de 1988 a 1999. São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte estão à frente com mais pessoas vivendo isoladas. Esta pesquisa aponta somente os sozinhos, portanto, deixa de revelar o sentimento de solidão, o que evidentemente revelaria um universo ainda maior  desta população. Também revelam um significativo aumento de pessoas que vivem sozinhas por opção ou por imposição.

Os governantes dos países nórdicos por vezes revelam preocupação com o aumento de ‘casais solitários’, isto é, casais que fazem opção de não ter filhos. Preocupação parecida existe também em alguns paises asiáticos, tradicionais de famílias numerosas, como Cingapura, hoje convive com uma nova geração de família com um único filho, ou casal sem filhos e mulher que se recusa casar. A classe média brasileira também fez a opção de cada casal um ou dois filhos. A China, por sua vez, ao instituir a política "cada casal, um filho" de certa forma impôs uma forma de solidão ou tédio familiar. A geração de “filhos únicos” chamada de “reizinhos mandões” por ser demasiadamente crianças paparicadas, mimadas e excessivamente alimentados pelos pais, terminam obesas, egoístas, individualistas e incapazes de assimilar os “nãos” da vida.

Solidão “por opção” e “por obrigação” e seus efeitos

Muitas pessoas solitárias justificam seu “desejo de privacidade”, escolhendo "viver sozinhas porque gostam de liberdade", “preferir viver sozinhas a mal acompanhadas”. A tendência individualista de nossa época reforça o temor de conviver com as diferenças humanas, afinal, morar junto mesmo implica, sobretudo, sermos tolerante, compreender o outro, termos que dividir espaços e coisas e aceitar conferir a todo o momento que o outro não nos preenche.

Demandamos sempre que o outro irá preencher nosso vazio existencial, mas isso não passa de um delírio visando zerar nossa falta essencial, afinal o sujeito é sempre um sujeito faltoso. Os mais conscientes dessa falta se recusam a investir num relacionamento duradouro.

No universo dos sozinhos existem aqueles que o fizeram por opção pessoal, e aqueles que devido às contingências da vida foram obrigados a viverem desacompanhados.

Depois que morreu seu companheiro por mais de trinta anos, a viúva D. X. optou por viver sozinha apesar, dos filhos insistentemente convidarem a querida mãe para se mudar para a casa deles; por enquanto ela diz preferir não abrir mão de sua privacidade. Muitos aposentados se queixam de terem sumido os ‘amigos’ do trabalho. O rótulo de ‘inativo’sinaliza exclusão na linguagem e na prática da convivência diária.  Inativo ou aposentado são palavras mal ditas  no Brasil. Principalmente se for jovem o sujeito é visto como um “privilegiado”, que evidentemente força-o ainda mais ao isolamento ressentido.

O isolamento social obrigatório é muito diferente do viver sozinho “por opção”. No primeiro, existe a imposição do destino ou das circunstâncias, no segundo, a escolha é consciente e deliberada viver solitariamente.
A solidão só pode ser conquistada – ou domada – por aqueles cuja coragem e determinação de levá-la a trabalhar, a produzir criativamente. Entretanto, conquistar a solidão ou domá-la não quer dizer eliminá-la. Dizem que a Cecília Meireles, mesmo quando acompanhada dos amigos, dava sempre a impressão de estar solitária, vivendo no seu próprio mundo, impenetrável.

A solidão indomada tem o poder de fazer do sujeito seu objeto, isto é, efeitos patológicos são previsíveis como a depressão, às drogas, à hipocondria, ao alcoolismo e até o suicídio.

Por isso, Bachelard pergunta: “Como se comporta sua solidão?

Esta pergunta tem mil respostas...
Em que recanto da alma, em que recanto do coração, em que lugar do espírito, um grande solitário está só, bem só?
Só?
Fechado ou consolado?
Em que refúgio, em que cubículo, o poeta é realmente um solitário?

E quando tudo muda também segundo o humor do céu e a cor dos devaneios, cada impressão de solidão de um grande solitário deve achar sua imagem (...) Um homem solitário, na glória de ser só, acredita às vezes pode dizer o que é a solidão. Mas a cada um cabe uma solidão (...) As causas da sua solidão não serão nunca as causas da minha”. E conclui: “A solidão não tem história”.

Feliz Olhar Novo (Carlos Drummond de Andrade)
“…Chorar de dor, de solidão, de tristeza faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam  diferentes…”